Em 2004, o Telescópio Espacial Hubble lançou uma das imagens mais espetaculares da história da astronomia, o chamado Campo Ultra Profundo do Hubble.
Essa imagem feita de uma pequena porção do céu, mostra um número incontável de galáxias de todas as formas, tamanhos e características, e nos dá a clara noção do tamanho que somos no universo.
Filosofia a parte, essa imagem é a imagem mais profunda já feita do universo e é de suma importância para o entendimento de como o universo evoluiu com o passar do tempo.
Mas para isso, ela precisava ser revisitada e estudada em outros comprimentos de onda e com outros instrumentos.
E foi isso que aconteceu. As antenas do ALMA foram direcionadas para a mesma região do céu que o Hubble explorou em 2004 para tentar estudar o campo no comprimento de onda do milimétrico e submilimétrico.
Para fazer essa revisitação, o ALMA observou a região do céu por cerca de 50 horas.
Alguns dos resultados do estudo foram os seguintes.
1 – A massa estelar de uma galáxia é o fator que melhor prevê a taxa de formação estelar no universo distante, ou seja, com alto desvio para o vermelho. Assim, com o ALMA foram detectadas todas as galáxias de massa elevada.
2 – O ALMA foi capaz de pesquisar pelo gás frio do universo primordial e assim foi possível detectar uma nova população de galáxias que não tinha sido observada em outra pesquisa do tipo.
3 – O ALMA estudou de forma específica galáxias ricas em monóxido de carbono, indicando regiões onde a formação estelar é preparada, mostrando assim uma parte que faltava no entendimento do processo de formação das galáxias.
4 – Existe um rápido aumento no conteúdo de gás das galáxias à medida que olhamos para mais distante no tempo, assim quanto mais distante no tempo, maior a formação de estrelas.
Esse é só o começo de uma pesquisa do universo distante que será feita com o ALMA, existe o planejamento de se fazer uma observação de 150 horas do Campo Ultra Profundo do Hubble.
Assim, o ALMA poderá nos dar a visão mais completa sobre esse campo de galáxias, nos mostrar como essas galáxias nasceram, como as estrelas se formaram, e nos ajudar a contar uma parte da história da formação e da evolução do universo.
Fonte:
http://www.eso.org/public/brazil/news/eso1633/