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14 de novembro de 2024

ALMA e Hubble Observam A Dinâmica Caótica Do Processo de Formação de Estrelas

O ALMA observou os movimentos de gás molecular turbulento (os feixes roxos observados na imagem acima), caindo dentro de um aglomerado, e formando densos núcleos que no final de todo o processo irão criar estrelas individuais.

As estrelas nessa imagem composta são reveladas pela luz infravermelha que elas emitem e que o Hubble consegue observar, incluindo aí, grandes grupos de estrelas explodindo de um dos lados da nuvem.

Os poderosos ventos e a radiação das estrelas mais massivas estão soprando para longe as nuvens moleculares, deixando para trás filamentos apagados de poeira quente e brilhante, que podem ser vistos nas cores amarelo e vermelho na imagem.

Essa imagem mostra estrelas em vários estágios de formação dentro de um único aglomerado. O Hubble revelou mais de 5000 jovens objetos estelares, dos quais 562 mostram sinais de um disco circunestelar com uma grande variedade de massa.

Além disso, o ALMA mostrou que existem muito mais massa presente no gás denso que ainda irá entrar em colapso. O processo como um todo deve levar no mínimo um milhão de anos para ser realizado de forma completa.

Isso mostra como o processo de nascimento de estrelas é caótico e dinâmico. Diferentes forças estão em ação, a gravidade, e a turbulência de um lado da nuvem e os ventos estelares e a pressão de radiação de jovens estrelas do outro lado. Todo esse processo, de forma integrada acaba esculpindo essa região observada pelo ALMA e pelo Hubble.

O que talvez seja mais impressionante, é pensar que em algum dia no passado, a cerca de 5 bilhões de anos atrás, o Sol e os planetas do Sistema Solar faziam parte de uma dança cósmica parecida com essa.

O ALMA é uma das ferramentas mais surpreendentes que existe atualmente para mostrar o processo de formação de estrelas, graças a sua magnífica resolução. Quando os dados do ALMA são combinados com outro instrumento, como o Hubble, aí é possível ver o poder da integração de diferentes comprimentos de onda para que se possa estudar e entender os processos fundamentais que dão origem aos blocos primordiais do universo, as estrelas.

Fonte:

http://www.sci-news.com/astronomy/alma-hubble-massive-stellar-protocluster-08599.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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