Num post de ontem que mostrou os canais Fresnel (http://cienctec.com.br/wordpress/?p=11366) , voltamos a uma técnica antiga muito usada em estudos da Lua, quando os desenhos eram o melhor método de registrar os detalhes do nosso satélite. Atualmente, contudo, podemos usar algo bem mais avançado, embora sempre seja interessante saber o que viam e o que pensavam os astrônomos que anteriormente usavam a arte para fazer ciência. No post sobre os canais Fresnel, lembramos que haviam duas perguntas importantes, uma era se o canal principal continuava na direção norte, para a esquerda e a outra era se alguns canais Fresnel se conectavam com o Canal Hadley? Felizmente nós não dependemos somente do que os astrônomos escreviam com base em um único desenho, hoje temos um aparato de centenas de sondas lunares e milhões de imagens da Lua que podem nos ajudar a responder essas questões. A intepretação feita com base em mosaicos obtidos pela câmera WAC da sonda LRO demonstram que o canal Hadley se junta com um dos canais menores Fresnel. Mas não é necessário lançar uma sonda de milhões de dólares para isso, o desenho sugeria fortemente essa união bem como mostrava um domo clássico que poderia ser resultado dessa junção. Além disso, na parte norte do canal Fresnel principal existe uma pista de uma identificação que poderia representar onde o canal esteve quase que completamente coberto por lava. Tanto a borda norte como a borda sul do bloco que contém os canais Fresnel são retas, sugerindo que elas são falhas de fronteiras. A textura do terreno entre as falhas acredita-se seja formada por um material antigo que não foi enterrado pela falha e assim ainda continua visível. É intrigante que no lado norte, o canal Fresnel foi aparentemente escondido pelas lavas que preencheram a área mais inferior, mas no sul, o canal Hadley, que é a parte mais jovem das lavas está conectado a um dos canais Fresnel. São as lavas do canal Hadley mais velhas do que aquelas ao norte do canal Fresnel? Novas imagens podem abrir novas questões e nos levar a um nível mais profundo de entendimento.
Fonte:
http://lpod.wikispaces.com/May+5%2C+2011