Essa serena imagem, registrada no grande lago de Alqueva, perto de Ermida de São Pedro, em Mourão, uma das regiões que pertencem à Reserva do Céu Escuro de Alqueva, apresenta alguns fatos cientificamente interessantes e foi feita pelo grande astrofotógrafo Miguel Claro.
No centro da imagem é possível encontrar as cores naturais da região mais central da Via Láctea, localizada perto das constelações de Escorpião e de Sagittarius, onde é possível reconhecer muitos objetos do céu profundo como a Nebulosa da Lagoa (M8), e a Nebulosa Trífida (M20).
Na imagem foi possível registrar a forte presença da chamada aeroluminescência, ou seja, a quimioluminescência atmosférica, que parece na imagem como a luz de uma aurora, que cruza a região de Escorpião com uma luz amarela, devido à emissão dos átomos de sódio na camada de 92 km. Acima dela nós podemos ver a luz verde dos átomos de oxigênio, na camada entre 90 e 100 km. Essa camada de emissão é claramente visível da órbita da Terra.
Refletida nas águas clamas do lado e devido ao efeito de polarização da água, nós podemos ver claramente a constelação de Escorpião de forma completa com a cor real de cada estrela, naturalmente saturada devido à essa polarização e ao efeito de borrão, causado pelo vagaroso movimento da água durante a longa exposição da imagem. A cor laranja de Antares, uma super gigante vermelha, pode ser facilmente distinguida da cor azul da estrela sub gigante Shaula, localizada na parte terminal da cauda do Escorpião.
A imagem acima foi feita com uma câmera Canon 60Da, com uma lente de 35 mm em f2, com exposição de 15 segundos em ISO 1600. A imagem na verdade é um mosaico de 23 imagens feitas no dia 15 de Junho de 2013 às 02:35, hora local.
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