A partir da sua cúpula no topo do Cerro Paranal, no deserto chileno do Atacama, o telescópio VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy), operado pelo ESO, tem uma vista deslumbrante não só dos majestosos céus austrais mas também do pico montanhoso adjacente, onde está instalado o Very Large Telescope (VLT) do ESO.
Concebido e desenvolvido por um consórcio de 18 universidades do Reino Unido, o VISTA é o maior telescópio do mundo completamente dedicado a mapear o céu nos comprimentos de onda do infravermelho. Realiza seis rastreios públicos que tomam a maior parte do seu tempo de observação. O objetivo é descobrir objetos tais como anãs marrons, estrelas variáveis e quasares antigos, lançar uma nova luz sobre campos como a natureza da matéria escura e estruturas galácticas, e ainda ajudar a produzir um mapa 3D de cerca de 5% de todo o Universo observável.
Por que observar no infravermelho? A resposta está no fato de que nestes comprimentos de onda o VISTA conseguir não só observar o lado frio do cosmos — frequentemente os objetos frios brilham mais intensamente nesta região do espectro electromagnético — mas também investigar alguns dos corpos celestes mais remotos, os quais se encontram tão afastados de nós que, devido à expansão do Universo, a radiação visível por eles emitida vai-se esticando, durante a sua viagem até nós, na direção dos maiores comprimentos de onda do infravermelho. Além disso, a radiação infravermelha não é bloqueada pelas espessas nuvens gigantes de poeira espalhadas pelo espaço, o que permite aos astrônomos estudar objetos que, de outro modo, permaneceriam escondidos.
Crédito:
G. Hüdepohl (atacamaphoto.com)/ESO
Fonte: