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18 de novembro de 2024

A Remanescente de Supernova E0102-72 Vista Em Perspectiva Por Meio da Integração de Diferentes Dados

A imagem acima mostra uma composição colorida da parte remanescente de uma supernova conhecida como E0102-72. Essa composição é feita com raios-X, representados em azul, com dados ópticos representados em verde e com dados de rádio, representados em vermelho. A E0102-72 é a parte remanescente de uma estrela que explodiu em uma galáxia próxima conhecida como Pequena Nuvem de Magalhães. A galáxia está a aproximadamente 190000 anos-luz de distancia da Terra, então estamos olhando para essa parte remanescente de uma supernova como ela era há 190 mil anos atrás, aproximadamente mil anos depois da explosão ter acontecido.

A estrela explodiu a uma velocidade que excede os 20 milhões de quilômetros por hora e colidiu com o gás ao redor. Essa colisão produziu duas ondas de choque, ou explosões sônicas cósmicas, uma viajando para fora, para o espaço e outra rebatendo e voltando em direção ao material ejetado durante a explosão.

A imagem feita por meio de ondas de rádio foi registrada usando o Austrália Telescope Compact Array. As ondas de rádio são geradas devido aos elétrons de energia extremamente alta que fazem um movimento em espiral ao redor das linhas do campo magnético no gás e traçam seu caminho para fora da onda de choque que se movimenta.

A imagem em raios-X do Chandra, mostrada em azul, mostra o gás que tem sido aquecido a milhões de graus Celsius pela onda de choque reversa, aquela que rebate e retorna ao material expelido. Os dados de raios-X mostram que esse gás é rico em oxigênio e neônio. Esses elementos foram criados por reações nucleares dentro da estrela e enviados para o espaço devido à supernova. A imagem óptica feita pelo Telescópio Espacial Hubble mostra densas acumulações de oxigênio que foram esfriadas até 30000 graus Celsius.

Imagens como essa feitas com diferentes tipos de telescópios dão aos astrônomos uma visão muito mais completa das explosões de supernova. Com isso eles podem mapear como os elementos necessários para a vida se dispersaram, e medir a energia da matéria à medida que ela se expande na galáxia.

Fonte:

http://chandra.harvard.edu/photo/2000/0015multi/

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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