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Em 2004, o Telescópio Espacial Hubble, passou 270 horas observando uma região do céu na constelação da Fornalha.
Ao finalizar a observação, os astrônomos viram ali milhares de galáxias de idades diferentes, e até galáxias da era primordial do universo.
Essa imagem do Hubble ficou conhecida como Hubble Ultra Deep Field.
Esse campo se tornou então objeto de estudo de diversos projetos posteriores.
Agora, recentemente, o VLT foi apontado para esse mesmo campo, com um espectrógrafo ultra-moderno acoplado nele o chamado MUSE.
Quando observa o céu, o MUSE enxerga a distribuição de comprimentos de onda da radiação em cada pixel do seu detector.
Assim ao estudar o espectro, os astrônomos podem entender os processos astrofísicos que estão acontecendo no universo.
O Campo Ultra Profundo do Hubble que já tinha surpreendido os astrônomos em 2004, surpreendeu agora novamente quando foi observado com o MUSE.
Quando analisaram os resultados, os astrônomos descobriram uma quantidade imensa de um tipo específico de radiação, chamada de radiação Lyman-alfa emitida nessa região do universo.
Quase todo o campo é coberto por essa tênue radiação, e com essa observação os astrônomos puderam extrapolar, afirmando que existe no céu um brilho invisível em radiação Lyman-alfa emitida pelo universo primordial.
Essas observações do MUSE fornecem uma ideia completamente nova sobre os casulos de gás difuso que circundam as galáxias do universo primordial.
O que causa essa emissão dessa radiação Lyman-alfa ainda é um mistério que precisa ser investigado.
Os astrônomos esperam que no futuro possam fazer observações ainda mais sensíveis do que aquelas feitas com o MUSE e assim descobrir a causa dessa emissão de radiação.
Mas agora quando você olhar para o céu, saiba que ele está todo permeado por uma radiação invisível, uma radiação que pode contar a história do nosso universo.
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