Manchas solares, as feições escuras na fotosfera do Sol com fortes campos magnéticos, têm sido observadas por mais de 400 anos. Elas são as componentes mais visíveis das regiões onde as labaredas do Sol e as ejeções de massa coronal (CMEs) ocorrem, e seus evento eruptivos podem causar queda de energia e interrupção nas telecomunicações e nos serviços de navegação na Terra. Embora, há muito tempo se acreditasse que as regiões de manchas solares são geradas nas profundezas do interior do Sol, a detecção dessas região antes delas emergirem das zonas de convecção na fotosfera até o momento era impossível de ser feita.
No dia 18 de Agosto de 2011, os cientistas da Universidade de Stanford relataram a detecção de uma região com algumas manchas solares nas profundezas do Sol, num intervalo entre 1 e 2 dias antes delas aparecerem no disco do Sol. Seus resultados mostram que as manchas solares são geradas a uma profundidade de 60000 quilômetros abaixo da superfície do Sol e emergem dessa profundidade a uma velocidade de 0.3 a 0.6 kms/s. A detecção das manchas solares no interior do Sol pode fornecer avisos úteis sobre a atividade magnética da superfície que irá acontecer poucos dias depois e que pode ser usada para melhorar e estender as previsões sobre o chamado clima espacial. A técnica que eles usaram para detectar as manchas solares é chamada de heliosismoloiga de tempo-distância, e é similar à técnica sísmica utilizada na Terra para imagear e estudar o seu interior.
Os dois vídeos apresentados nesse post mostra a detecção da perturbação do tempo de percurso antes da região ativa 10488 emergir na fotosfera. Os primeiros dez segundos do filme acima mostram as observações de intensidade do Sol. A intensidade diminui e o campo magnético é mostrado. Nos próximos 20 segundos de filme se faz uma aproximação na região onde um grupo de manchas solares emergirá. As camadas superiores mostram as observações do campo magnético na superfície e as camadas inferiores mostram as perturbações simultâneas no tempo de transito detectadas a uma profundidade aproximada de 60000 quilômetros. Após as manchas emergirem, as observações de intensidade mostram o desenvolvimento completo dessa região ativa, até que ela gira e sai do campo de visão.
Já o vídeo abaixo mostra a detecção das perturbações do tempo de trânsito durante o momento em que a região ativa 11158 emerge na fotosfera do Sol. Os primeiros 12 segundos de vídeo mostram observações da intensidade fotosférica (em cor laranja) da região, e as perturbações no tempo de trânsito identificadas a uma profundidade aproximada de 60000 quilômetros. O vídeo abaixo então mostra as manchas solares (azul e laranja) na superfície do Sol e laços coronais (em cor verde brilhante) observados pelo SDO/AIA.