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Em 2007, os astrônomos observaram um evento no universo, que desde então vem intrigando muito a mente dos pesquisadores.
Esse evento foi chamado de FRB, Fast Radio Bursts, ou Rajadas Rápidas em ondas de Rádio, ou Explosões Rápidas em Ondas de Rádio, fique a vontade para traduzir como quiser.
Desde então, mais de 100 desses eventos estão sendo detectados pelos astrônomos.
Mas o que são, suas origens, sua natureza, ninguém ainda sabe ao certo, embora exista uma tendência já em aceitar esses fenômenos como algo que acontece nos objetos mais extremos do universo, como as magnetars e/ou os buracos negros.
Para deixar esse fenômeno ainda mais misterioso, os astrônomos detectaram alguns que se repetem, e para deixar ainda mais misterioso, alguns desses se repetem com um padrão muito bem definido.
Para tentar resolver todo o mistério relacionado com as FRBs, em 2017, os astrônomos construíram um equipamento, o chamado CHIME, um rádio observatório que fica no Canadá, consiste de 4 grandes antenas para vasculhar o céu.
De setembro de 2018 até fevereiro de 2020, o CHIME detectou 38 FRBs de uma mesma origem, uma região de formação de estrelas localizada numa galáxia espiral massiva a 500 milhões de anos-luz de distância da Terra.
Essa FRB recebeu o nome de FRB 180916.
Quando os astrônomos plotaram cada uma das 38 rajadas com o tempo, eles notaram um padrão muito interessante.
Uma ou duas rajadas ocorriam no decorrer de 4 dias, depois passavam 12 dias sem nenhuma rajada, e depois o padrão se repetia.
Esse ciclo de 16 dias foi confirmado pelos astrônomos no decorrer de 500 dias de observações.
Exatamente, o que está gerando essas rajadas ainda é algo misterioso, mas os cientistas têm algumas ideias.
Uma possibilidade é que as rajadas periódicas venham de um objeto compacto único, como uma estrela de nêutrons, que está girando e bamboleando , um fenômeno que conhecemos como precessão.
Outra possibilidade envolve um sistema binário, como uma estrela de nêutrons, orbitando outra estrela de nêutrons, ou um buraco negro.
Um terceiro cenário ainda envolve uma fonte emissora de ondas de rádio que circula uma estrela central, se a estrela emite ventos, ou uma nuvem de gás, então, toda vez que a fonte passa por essa nuvem, o gás pode amplificar a emissão da fonte de rádio.
E por fim, a ideia sobre as FRBs que mais tem ganhado atenção recentemente, que as rajadas possam ser geradas por uma magnetar, um tipo especial de estrela de nêutrons, altamente magnetizada que de tempos em tempo semite uma grande quantidade de radiação em todo o espectro eletromagnético, incluindo as ondas de rádio.
Os pesquisadores, continuarão usando o CHIME e outros instrumentos espalhados pelo mundo para tentar entender cada vez melhor as FRBs.
O segredo é observar muitos desses fenômenos, quanto mais FRBs forem observadas, mais facilmente se poderá decidir sobre as suas origens e a sua natureza e reduzir bem as incertezas sobre essas definições.
Fontes:
https://news.mit.edu/2020/astronomers-rhythm-radio-waves-0617
#FRB #CHIME #SPACETODAY