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A LUA TEM SISMOS, ESTÁ VIVA E ENCOLHENDO | SPACE TODAY TV EP.1820

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Durante a era das missões Apollo para a Lua, os astronautas, além de todas as tarefas que lá faziam instalaram sismômetros no nosso satélite.

Esses instrumentos foram instalados para medir sismos lunares, em inglês, moonquakes.

As missões Apollo 11, 12, 14, 15 e 16 sempre instalaram esses sismômetros.

O sismômetro da Apollo 11 funcionou por somente 3 semanas, mas os demais sismômetros continuaram funcionando de 1969 até 1977 e nesse período registraram 28 sismos lunares rasos.

Esses sismos variaram de magnitude 2 a 5 na escala Richter.

Esses sismos sempre foram questão de estudo, pois eles podem mostrar que a Lua é de alguma forma ativa, e, além disso, se um dia pretendemos voltar para a Lua é bom saber se ela tem sismos para podermos nos proteger de alguma forma.

Agora, esses sismos foram analisados novamente, com um novo algortimo e com novas técnicas matemáticas que conseguem estimar com uma boa precisão a localização da origem dos sismos, mesmo no caso de poucas estações sismográficas.

Utilizando essa nova técnica, os pesquisadores, descobriram que 8 dos 28 sismos ocorreram a uma distância de até 30 km de determinadas falhas geológicas existentes no solo lunar e observadas nas imagens de alta resolução da Lua.

A Lua tem em vários locais, feições que se assemelham muito a feições encontradas na Terra, uma delas são essas escarpas de falhas, com dezenas de metros de altura e que se estendem por alguns quil6ometros.

Os astronautas da missão Apollo 17 de 1972 percorreram uma dessas escarpas de falhas.

E foi na proximidade dessas feições que os pesquisadores encontraram a localização dos sismos lunares.

Desses 8 sismos ocorridos próximos das escarpas de falhas, 6 deles ocorreram quando a Lua estava no apogeu, o ponto mais distante da Terra na sua órbita.

Os pesquisadores concluíram que esses 8 sismos ocorreram quando a crosta lunar estava sendo comprimida devido à uma contração global, causada pelo esfriamento da Lua.

Os sismômetros da missão Apollo registraram o encolhimento da Lua e mostraram que a Lua ainda é tectonicamente ativa.

Os pesquisadores ainda rodaram 10 mil simulações para mostrar que a localização dos sismos não era coincidência.

Além dos registros dos sismômetros, os pesquisadores mostraram através de imagens de alta resolução da sonda LRO, que perto dessas escarpas de falhas, é possível ver evidências de deslizamentos de terra na Lua, indicando que os sismos ainda acontecem e que são fortes o suficiente para causar esse tipo de efeito.

A Lua não é o único objeto que está experimentando esse tipo de encolhimento.

Mercúrio também, em Mercúrio a sonda MESSENGER detectou mudanças nas falhas graças ao ecolhimento do planeta por conta do seu resfriamento.

Esse tipo de estudo é muito importante, pois ele pode ajudar a entendermos melhor o processo de formação do nosso satélite, além disso ele mostra mais uma vez a importância na integração de diferentes tipos de dados, ou seja, dados adquiridos por sismômetros na década de 60 e 70 e imagens de alta resolução dos anos 2010.

Mostra que a Lua tem essa atividade e que isso deve ser levando em conta quando voltarmos lá, para instalar habitats, e até mesmo algum tipo de usina para explorar recursos do nosso satélite.

E por fim, justifica de maneira decisiva o retorno do homem para a Lua!!!

#Lua #Moonquake

Fonte:

https://www.nasa.gov/press-release/goddard/2019/moonquakes

https://www.nature.com/articles/s41561-019-0362-2.pdf

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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