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26 de dezembro de 2024

A Lua 833 Anos e 2 Dias Depois

Dia 18 de Junho de 1178. Essa é a data quando foi reportado por alguns ingleses que tinham visto um raio brilhante na borda nordeste da Lua. Aproximadamente 800 anos depois o geólogo planetário Jack Hartung propôs que o que os ingleses testemunharam foi um impacto na Lua ocorrido ao redor do limbo na região da cratera Giordano Bruno, uma das crateras mais jovens da Lua. Coincidentemente a análise de sismos lunares levaram à descoberta de que a Lua está vibrando como um sino que foi recentemente atingida e a sua vibração está se enfraquecendo aos poucos. Os sismologistas sugerem com base nisso, que um impacto significante deve ter ocorrido na Lua a aproximadamente 1000 anos atrás. Mas Paul Wirth, um jovem cientista anteriormente baseado no Lunar and Planetary Lab em Tucson teorizou que se a Lua tivesse sido atingida por um grande impacto mil anos atrás o material ejetado por esse impacto teria gerado uma espetacular chuva de detritos que não foi relatada em lugar nenhum na Terra. Recentemente, a contagem de crateras com resolução de 10 metros realizada pela sonda Kaguya na região da cratera Giordano Bruno, estimou uma idade para a cratera de 4 milhões de anos. Porém contagens mais recentes usando a resolução de 0.5 metros das imagens obtidas pela sonda LRO sugerem que algumas crateras contadas anteriormente para deduzir a idade de 4 milhões de anos eram crateras secundárias da Girodano Bruno e que a idade verdadeira é indeterminada, mas poderia ser muito mais jovem, até mesmo com 1000 anos de idade. Assim sendo, os dados físicos e observacionais apoiam a formação de uma cratera a 833 anos atrás, mas a falta de um registro de uma massiva chuva de meteoros coloca essa hipótese em duvida. Talvez os teóricos tenham que examinar novamente os seus modelos de distribuição de material ejetado durante o impacto, especialmente aqueles que possam ter ocorrido de maneira oblíqua.

Fonte:

https://lpod.wikispaces.com/June+20%2C+2011

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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