Por: Felipe Freires
Uma equipe de astrônomos fez uma descoberta sobre o “resto fossilizado da Via Láctea” (Terzan 5), que é primordial para aprendermos mais de nossa galáxia, pois nesse local temos estrelas de idades diferentes e estrelas similares às estrelas mais antigas da Via Láctea, o que pode ajudar os astrônomos a “fazer o ponto entre o passado e o futuro da Via Láctea”.
O nome desse “resto fossilizado da Via Láctea” é Terzan 5, que está a aproximadamente 19 mil anos-luz de distância do planeta Terra, na constelação de Sagitário. O Terzan 5 era classificado como aglomerado globular, porém, astrônomos italianos descobriram que o Terzan 5 é diferente dos aglomerados globulares conhecidos.
Para fazer essa descoberta, os astrônomos utilizaram o Very Large Telescope (VLT) do ESO. A equipe utilizou o instrumento conhecido como Multi-conjugate Adaptive Optics Demonstrator, que é um instrumento que foi instalado no Very Large Telescope (VLT), além de ter outras pessoas, que utilizaram outros telescópios, incluindo telescópios que estavam em solo e telescópios que estavam no espaço. Com isso, os astrônomos descobriram que o Terzan 5 tinha dois “tipos” de estrelas, e esses dois “tipos” de estrelas não se diferenciavam apenas pelos seus elementos, mas também se diferenciavam pela idade de cada, sendo uma diferença de aproximadamente 7 bilhões de anos.
Essa diferença entre as idades das estrelas indicam que o Terzan 5 passou por dois períodos totalmente distintos, e não um processo de formação estelar de forma contínua.“Esta hipótese requer que o antecessor de Terzan 5 tenha tido enormes quantidades de gás para uma segunda geração de estrelas e tenha sido muito massivo, com pelo menos 100 milhões de vezes a massa do Sol,” explica David Massari.
Os astrônomos acreditam que antigos acúmulos de gases e as estrelas contribuíram para formar o bojo da Via Láctea, e que restos desses acúmulos ainda existem em nossa galáxia, o que é importante para aprender um pouco sobre a história de nossa galáxia. Existe uma população estelar que está no centro do bojo da Via Láctea, que têm características semelhantes às características do Terzan 5, mesmo sendo bem diferentes de outros aglomerados globulares.
“Terzan 5 poderá representar um elo intrigante entre o Universo local e o longínquo, uma testemunha que sobreviveu ao processo de formação do bojo galático,” explica Ferraro.