Saia da sala de controle do Very Large Telescope (VLT) durante a noite e será agraciado com um espetáculo de fazer cair o queixo. Milhares de estrelas cobrem o céu e a Via Láctea estende-se de horizonte a horizonte.
Nesta imagem podemos ver as regiões escuras da Via Láctea, correspondentes a nuvens densas de gás e poeira que bloqueiam a radiação emitida por estrelas que se encontram por trás. As diversas cores das estrelas visíveis devem-se à diferentes idades e temperaturas destes objetos – as estrelas quentes e jovens são azuis/brancas, enquanto a geração mais velha se apresenta mais laranja ou vermelha.
Para os astrônomos uma vista como esta significa que dados de boa qualidade estão a caminho, uma vez que não há poluição luminosa devido ao luar. De modo a manter o céu tão escuro quanto possível, as luzes que não estão a ser utilizadas no interior do edifício de controle são desligadas, utilizando-se ainda nas janelas persianas que bloqueiam completamente a luz. Os astrônomos que se deslocam ao exterior usam apenas lanternas, preferencialmente com filtro vermelho de modo a manterem a visão noturna – o que é importante se quiserem apreciar o espetáculo altaneiro sem a ajuda de telescópios.
O escritório que se vê nesta imagem situa-se ao lado da sala de controle do VLT e o objeto estranho que aparece fora da janela faz parte do edifício de controle, o qual está instalado numa “prateleira” por baixo da plataforma principal de observação, no topo da montanha do Paranal.
Esta fotografia foi tirada pelo Embaixador Fotográfico do ESO e membro da Expedição Ultra HD, Yuri Beletsky.
Crédito:
ESO/Y. Beletsky (LCO)
Fonte:
http://www.eso.org/public/brazil/images/potw1506a/
Os cientistas e demais funcionários da ESO são uns felizardos! Estas fotografias sem o auxílio de telescópios do céu noturno em Cerro Paranal chegam a paralisar meu coração e a congelar meu olhar. Tenho saudades da Via Láctea, e invejo (no bom sentido) quem ainda pode enxergá-la no céu noturno, livre das malditas poluições luminosa e da atmosfera.
Privilegiado quem trabalha nessa sala, com uma visão impressionante dessas! No meu caso, isso poderia ser um problema, pois a minha atenção seria desviada a todo tempo, de forma que com certeza iria comprometer minha concentração no trabalho… Às vezes penso se uma pessoa, acho que um astrônomo profissional, que trabalhe num local desses tem tempo pra apreciar essa obra de arte da natureza, se realmente eles são dotados de tal sensibilidade, pois penso que pode ser um tanto incompatível esses sentimentos, vendo isso pelo lado estritamente profissional dessa pessoa, porque definitivamente, um amador como eu perderia, ou melhor, ganharia tempo observando tal espetáculo celeste… Acho que o trabalho ficaria no esquecimento.