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30 de dezembro de 2024

A Geleira Sustina no Alasca

Como rios de água líquida, as geleiras fluem montanha abaixo em regiões de relevo acidentado, com afluentes juntando-se para formar rios cada vez maiores. Mas onde existe água nos rios, no caso das geleiras se tem gelo. Como resultado, as geleiras acumulam poeira e sujeira, trazem consigo evidências de movimentos passados.

A geleira Susitna do Alasca revelou parte de sua imensa jornada quando o Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer (ASTER) a bordo do satélite Terra da NASA passou sobre ela no dia 27 de Agosto de 2009. Essa imagem de satélite combina dados do infravermelho, e dos comprimentos de onda da luz responsáveis pelas cores vermelha e verde para formar uma imagem em cores falsas. A vegetação é mostrada nessa imagem em vermelho e a superfície da geleira é mostrada em cor de mármore com o gelo livre de sujeira em azul e o gelo sujo em marrom. Infusões de gelo relativamente limpo empurram os seus afluentes na parte norte. A superfície da geleira aparece especialmente complexa próximo do centro da imagem, onde um afluente empurrou o gelo na geleira principal um pouco para o sul.

A Sustina é uma área sismicamente ativa. De fato, um terremoto de magnitude 7.9 atingiu a região em Novembro de 2002, ao longo de uma falha anteriormente desconhecida. Os geólogos acreditam que esse tremor tenha gerado os abismos íngremes e os taludes na superfície da geleira, mas o fato mais impressionante é o surgimento de ondulações nos afluentes.

As ondulações de geleiras, normalmente são eventos de vida curta e ocorrem onde a geleira se move muitas vezes em uma taxa normal, pode ocorrer quando a água resultado do derretimento se acumula na base e lubrifica o fluxo. Essa água pode ser resultado dos lagos de água derretida que se acumulam no topo da geleira, algumas são visíveis no canto inferior esquerdo da imagem. As rochas sobrepostas podem também contribuir para as ondulações de geleiras, com a rocha mais macia e facilmente deformada levando a formação de ondas mais frequentes.

Fonte:

http://www.nasa.gov/multimedia/imagegallery/image_feature_1924.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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