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A Espessura da Crosta da Lua – Integração da Gravidade Com a Topografia

Uma visão geral dos primeiros resultados foi apresentada na última quarta feria, dia 5 de Dezembro de 2012 por Maria Zuber e os membros da equipe da sonda Grail, atualmente na órbita da Lua. As sondas da missão Grail que orbitam o nosso satélite de maneira integrada e que são chamadas de Ebb e Flow, geraram as medidas mais precisas já feitas até hoje sobre a gravidade lunar. Combinando os novos dados de gravidade com o mapa topográfico gerado pela sonda LRO, permite que possamos calcular a espessura crustal, como é mostrado nesse mapa feito por Wieczorek e outros cientistas da sonda Grail. A cor vermelha marca onde a crosta é mais espessa, com aproximadamente 60 km, e as regiões em azul escuro e roxo representam as regiões mais baixas. De maneira marcante, a crosta em partes do Mare Crisium e do Mare Moscoviense tem somente 1 km de espessura ou menos. Na Terra, o ponto mais fino da crosta localiza-se sob o assoalho oceânico e tem aproximadamente 10 km de espessura onde tentativas de perfuração com o objetivo de se atingir a Descontinuidade Moho, ou seja, a fronteira entre o manto e a crosta, falhou. No Mare Crisium, uma cratera com 5 km de largura poderia penetrar a crosta e assim alcançar o manto lunar, essa cratera certamente traria importantes amostras do seu local. A média da espessura crustal na Lua é de 34 km, com o local mais espesso atingido os 60 km nas terras altas do lado escuro, logicamente alguns desses pontos formados devido a pilhas de material ejetado da Bacia Aitken do Polo Sul. As estrelas coloridas em roxo representam as áreas onde os dados obtidos pela sonda japonesa Kaguya indicam uma região rica em olivina. Olivina é um mineral que se acredita esteja associado com o manto, e a distribuição rara da olivina ao redor das bacias é consistente com a sua escavação de material do manto, que não é indicada pela geoquímica. O excesso de olivina ao redor do Mare Crisium e do Moscoviense é esperado, pois nesse local a crosta é bem fina e também a formação da bacia de impacto só é possível graças ao afinamento da crosta.

Fonte:

http://lpod.wikispaces.com/December+6%2C+2012

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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