fbpx

A Elusiva Galáxia Carina Anã

Essa é uma das galáxias mais próximas da Terra, mas a galáxia Carina Anã é tão apagada e difusa que os astrônomos só a descobriram nos anos de 1970. Considerada uma galáxia companheira da Via Láctea, essa bola de estrelas compartilha feições semelhantes a aglomerados globulares de estrelas e a galáxias muito maiores.

Os astrônomos acreditam que as galáxias esferoidais anãs como a Carina Anã são muito comuns no universo, mas são extremamente difíceis de serem observadas. Seu pouco brilho e a sua baixa densidade de estrelas significa que é muito fácil observar alguns objetos através dela. Nessa imagem, a Carina Anã aparece à medida que muitas estrelas apagadas se dispersam através de grande parte do meio da imagem. É difícil separar as estrelas da galáxia anã, das estrelas de fundo que estão localizadas dentro da Via Láctea e mesmo das galáxias mais distantes que conseguem atravessar os vazios da galáxia anã: a Carina Anã pode ser considerada uma galáxia mestre em camuflagem cósmica.

As estrelas da Carina Anã mostram uma incomum variação nas idades. Elas parecem terem sido formadas em uma série de explosões, com períodos mais tranquilos sendo que a diferença entre essas épocas distintas pode ter sido de bilhões de anos. Ela localiza-se a uma distância aproximada de 300000 anos-luz da Terra, o que a coloca mais distante que as Nuvens de Magalhães (as galáxias mais próximas da Terra), mas significantemente mais perto do que a Galáxia de Andrômeda a galáxia espiral mais próxima da Terra.

Assim, apesar de ser pequena para uma galáxia, sua proximidade com a Terra significa que a Anã Carina aparece grande no céu, do tamanho da metade da Lua Cheia, embora muito mais apagada. Isso faz com que ela caiba confortavelmente dentro do campo de visão do Wide Field Imager do ESO, um instrumento desenvolvido para fazer observações de grandes partes do céu. Embora essa imagem não seja assim tão espetacular ela é provavelmente a melhor imagem já feita até hoje da galáxia Carina Anã.

A imagem foi feita usando as observações do Wide Field Imager que está acoplado ao telescópio de 2.2 metros MPG/ESO em La Silla e do telescópio de 4 metros Victo M. Blanco que fica no Observatório Interamericano de Cerro Tololo.

Fonte:

http://www.eso.org/public/images/potw1126a/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

Veja todos os posts

Arquivo