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A Construção do Sexto Espelho do Telescópio Gigante de Magalhães

Quando estiver pronto  no final da década de 2020, o Giant Magellan Telescope, ou Telescópio Gigante de Magalhães, será o telescópio mais poderoso do mundo. Ele terá 10 vezes o poder de visualização do Telescópio Espacial Hubble e quatro vezes a potência do Telescópio Espacial James Webb.

Mas para chegar nesse ponto o caminho não é fácil não. Você precisa construir os espelhos, e os técnicos e engenheiros começaram a construir o sexto espelho desse gigantesco telescópio.

Embora a construção do sexto espelho gigantesco do GMT, ter começado a cerca de duas semanas atrás, o processo é longo, e irá levar dois meses até que o espelho primeiro resfrie. Depois disso serão mais uns 2 anos polindo, e mais uns 2 anos aplicando toda a finalização do espelho, incluindo a camada refletora de alumínio que irá cobrir a superfície frontal do espelho.

Esse é um processo longo e cuidados que é realizdo pelo Richard F. Caris Mirror Lab na Universidade do Arizona. Mesmo apesar do projeto ter começado lá em 2005, somente dois espelhos do GMT estão prontos e esperando num depósito. O espelho seis e os 3 outros espelhos estão em diferentes estágios de produção. Embora o GMT irá usar sete espelhos para realizar as observações, o laboratório está construindo 8 espelhos para que um possa ser deixado de reserva e usado no caso de manutenção do observatório.

Parte da razão do processo de produção ser tão longo assim é que esses são os maiores espelhos já criados no mundo. Cada um deles tem 8.2 metros de diâmetro e mais de 60 cm de espessura. Apesar do seu tamanho, os espelhos possuem uma estrutura do tipo colmeia que faz com que eles sejam 80% vazados e desse modo muito mais leve que espelhos sólidos. Dito isso, cada disco monolítico requer 20 toneladas do vidro de alta pureza e de baixa expansão de borosilicato, conhecido como vidro E6. A estrutura em colmeia também fornece ao espelho a capacidade de sofrer distorções à medida que o telescópio irá se mover no futuro e também para resistir à ação da própria gravidade da Terra.

Outro fator que contribui para o longo tempo de fabricação é o polimento necessário. Tanto a parte frontal como traseira do espelho precisam ser polidas, mas o lado refletivo, logicamente tem que ser polido com uma precisão assustadora.

Uma vez resfriado, o espelho irá ser polido por 2 anos até atingir a precisão óptica necessária, ou seja, algo em torno de um milionésimo da espessura de um fio de cabelo humano, ou para comparar com algo da atualidade, 5 vezes menor do o coronavírus.

Mesmo você achando que dois anos parece um longo tempo para se polir um espelho, isso poderia levar até mais tempo, caso os engenheiros tivesse que retificar a curvatura da superfície do espelho. Para economizar tempo na construção, o Richard F. Caris Mirror Lab está construindo os espelhos o único forno giratório do mundo.  O vidro é aquecido até 2129  F, enquanto o molde gira a 5 revoluções por minuto. A força centrífuga empurra o vidro para as bordas do molde e criar uma curvatura parabólica leva um pouco de tempo.

O sétimo espelho do GMT está programado para ser construído em algum momento de 2023. No final dessa década de 2020, todos os espelhos serão transportados para Houston provavelmente. Dali eles seguirão através do Canal do Panamá, até a costa do Oceano Pacífico no chile. Nesse momento, o observatório que já está em construção, estará pronto para ter os espelhos montados. Os astrônomos não precisarão esperar pelos 7 espelhos colocados perfeitamente no lugar para começar as observações, com somente 4 espelhos é possível colocar o telescópio em funcionamento.

Em adição ao gigantesco telescópio, o observatório terá dormitórios, e uma instalação completa onde os cientistas poderão viver e trabalhar tranquilamente. Além de poder ir até lá, os astrônomos terão total acesso remoto ao GMT. Todo o projeto deve estar completo por volta de 2030.

Fonte:

https://www.techspot.com/news/88917-sixth-monolithic-mirror-gmt-has-cast-now-cooling.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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