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A Beleza da Assimetria da Nebulosa Planetária NGC 5882

O telescópio espacial Hubble das agências NASA/ESA registrou uma nebulosa planetária com uma excepcional qualidade que não é convencional.

Nebulosas planetárias são sinais da morte de estrelas de tamanho médio (aproximadamente 8 vezes maior do que o Sol em massa), quando o combustível hidrogênio da estrela é totalmente esgotado, suas camadas externas se expandem e esfriam criando um casulo de gás e poeira. Esse gás então brilha à medida que ele é atingido pela forte radiação ultravioleta emitida pela estrela central. A NGC 5882 é um exemplo brilhante, porém pequeno de uma nebulosa planetária que se localiza na na porção sul da Via Láctea na direção da constelação Lupus (O Lobo).

As nebulosas planetárias as vezes têm uma aparência perfeitamente simétrica, com o gás sendo expelido desde a estrela moribunda em todas as direções igualmente. Contudo esse não é o caso da NGC 5882, como a imagem do Hubble mostra. Ela parece ter duas regiões distintas mas não uniformes, uma concha mais interna alongada de gás e uma concha não esférica mais apagada que a circunda.

A imagem detalhada do Hubble revela intrigantes nós, filamentos e bolhas dentro dessas conchas. Mas é a estrela moribunda no centro da nebulosa planetária que domina a imagem, brilhando intensamente com uma incrível temperatura superficial de aproximadamente 70000 graus Celsius, para se ter uma comparação a temperatura na superfície do Sol é de aproximadamente 5500 graus Celsius. A alta temperatura superficial da anã branca é um resultado da luta da estrela pela sobrevivência, onde ela tentou encontrar novas maneiras de prevenir seu colapso sobre a própria gravidade.

Essa imagem foi feita a partir de imagens obtidas pela Wide Field Planetary Camera 2 do Hubble. A luz emitida pelo oxigênio ionizado é colorida em azul (foi registrada por meio do filtro F502N), a luz amarela e verde (obtida através do filtro F555W) é mostrada em verde, a luz emitida pelo hidrogênio brilhante (capturada pelo filtro F656N) é mostrada em vermelho escuro e a luz do nitrogênio brilhante é mostrada em vermelho claro (capturada pelo filtro F658N). Os tempos de exposição foram de 320 s, 104s, 140s e 1200s, respectivamente e o campo de visão é de apenas 29 segundos de arco de diâmetro.

Fonte:

http://spacetelescope.org/images/potw1114a/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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