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19 de novembro de 2024

Crateras Jovens e Velhas Com Mesmo Formato em Marte e na Lua

A Agência Espacial Europeia lançou recentemente uma imagem espetacular feita pela sonda Mars Express. Essa imagem mostra uma cratera com aparência muito familiar três ou quatro vezes mais longa e mais larga. É certo que os observadores lunares irão reconhecer a semelhança com a Cratera Schiller, embora o conteúdo da explicação da ESA para imagem não incluiu em nenhum momento uma citação sobre essa semelhança. O comentário da ESA sobre a imagem diz que essa cratera provavelmente foi formada pelo choque de um trem de projéteis. Essa é uma possibilidade, mas a cratera marciana que tem 78 km de comprimento é jovem o bastante para preservar a cobertura de material ejetado pelo impacto que somente se estende para os lados da estrutura alongada. Esse é um sinal para um  diagnóstico que aponta para um impacto oblíquo. A Cratera Schiller na Lua tem 180 km de comprimento e parece quase que idêntica com a cratera marciana no que diz respeito a forma definida pelos limites, mas seu interior é preenchido e parte dela tem um pico central linear, outro sinal para se diagnosticar sua origem  a partir de um impacto oblíquo. As lavas que entraram em erupção dentro da Bacia Schiller-Zucchius cobriram o material ejetado da Schiller, e se tem quase certeza de que essa cobertura também se estendeu para os lados. A aproximadamente 25 anos atrás notou-se que existiam algumas crateras alongadas em Marte e alguns pesquisadores sugeriram que existiu uma população de satélites ao redor de Marte que se chocaram com o planeta gerando essas crateras e que Fobos e Deimos estão esperando somente um pouco mais para logo se chocarem com Marte e gerarem novas crateras oblíquas. A Lua possui somente a Cratera Shciller que provavelmente se formou a partir de um grande evento de impacto oblíquo.

Fonte:

http://lpod.wikispaces.com/March+18%2C+2011

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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