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22 de dezembro de 2024

O Legado Tóxico de Uma Estrela que Está Morrendo

O estranho e irregular maço de jatos e nuvens nessa curiosa imagem feita pelo Telescópio Espacial Hubble das Agências NASA e ESA, é o resultado de uma explosão de atividade tardia na vida de uma estrela. À medida que seu núcleo consome o combustível nuclear, as camadas externas instáveis da estrela expelem uma combinação tóxica de gases que inclui monóxido de carbono e cianeto de hidrogênio.

A Nebulosa de Westbrook – também conhecida como PK16-06, CRL 618 e AFGL 618 – é uma nebulosa protoplanetária, uma nuvem de gás opaca, escura e com uma vida relativamente curta que é ejetada por uma estrela à medida que esgota o seu combustível nuclear. À medida que a estrela se esconde no fundo do centro de uma nebulosa ela se desenvolve e se torna uma quente anã branca e o gás ao redor se tornará uma nebulosa planetária em crescimento, eventualmente antes de desaparecer. Pelo fato desse ser um estágio muito curto no processo evolutivo das estrelas, somente algumas centenas de nebulosas protoplanetárias são conhecidas na Via Láctea.

As nebulosas protoplanetárias são frias, e emitem pouca luz visível. Isso faz com que elas sejam muito apagadas, se tornando um verdadeiro desafio aos cientistas que desejam estudá-las. O que essa imagem mostra, contudo é uma composição que representa os diferentes truques usados pelos astrônomos para revelar o que está acontecendo dentro dessa estranha nebulosa. A imagem inclui exposições na luz visível que mostra a luz refletida pela nuvem de gás, combinada com outras exposições na parte infravermelho do espectro mostrando um brilho fraco, invisível aos olhos humanos que estão vindo de diferentes elementos localizados nas profundezas da nuvem.

Um dos nomes da nebulosa, AFGL 618, vem da descoberta feita por um precursor do Telescópio Espacial Hubble, as letras significam Air Force Geophysics Laboratory. A organização de pesquisa americana lançou uma série de foguetes suborbitais com telescópios infravermelhos a bordo na década de 1970, catalogando centenas de objetos que eram impossíveis ou difíceis de serem observados da Terra. Em alguns aspectos essas foram as provas de conceitos para posteriores facilidades observacionais infravermelho incluindo o Hubble e o Herschel.

Essa imagem final foi preparada a partir de muitas exposições separadas feitas pela nova câmera Wide Field Camera 3 do Hubble. As exposições foram feitas através do filtro verde (F547M) que foram coloridas em azul, através do filtro amarelo/laranja (F606W) foram coloridas em verde e exposições através do filtro que isola o brilho do nitrogênio ionizado 9F658N) que foram coloridas em vermelho. Imagens feitas através do filtro que captura o brilho simples e duplo do enxofre ionizado (F673N e F953N) também foram coloridas em vermelho. O tempo total de exposição foi de aproximadamente 9 minutos para cada filtro e o campo de visão é de aproximadamente 20 arcos de segundo de diâmetro.

Fonte:

http://www.spacetelescope.org/images/potw1110a/

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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