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23 de dezembro de 2024

A Galáxia Espiral Flocosa NGC 2841

A galáxia NGC 2841 – mostrada aqui nessa imagem do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA, feita com o novo instrumento a bordo do telescópio, a Wide Field Camera 3 – tem atualmente uma taxa relativamente baixa formação de estrelas se comparada com outras galáxias espirais. Ela é uma das galáxias próximas que foram especificamente escolhidas para um novo estudo onde uma variedade de diferentes berçários estelares e regiões com diferentes taxas de nascimento de estrelas estão sendo observadas.

A formação de estrelas é um dos processos mais importantes que dão forma ao universo, ela tem um papel principal na evolução das galáxias e ele está também presente nos primeiros estágios  de formação estelar onde os sistemas planetários apareceram.

Ainda existe muita coisa que os astrônomos não entendem, por exemplo, como as propriedades dos berçários estelares variam de acordo com a composição e densidade do gás presente, e o que dispara a formação de estrelas iniciais? A força que está por trás do processo de formação de estrela não é muito clara para um tipo de galáxia conhecida como espiral flocosa, como é o caso da NGC 2841 mostrada aqui, que apresenta pequenos braços espirais em relação ao proeminente e bem definido limbo galáctico.

Na tentativa de responder essa questão, uma equipe internacional de astrônomos está usando a nova Wide Field Camera 3 (WFC3) instalada no Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA para estudar uma amostra de uma região próxima mas muito distinta, onde as estrelas estão se formando. Os alvos observacionais incluem tanto aglomerados de estrelas como galáxias, e taxas de formação de estrelas que variam desde galáxias de explosão de estrelas como a Messier 82 até galáxias mais calmas como a NGC 2841.

A WFC3 foi instalada no Hubble em Maio de 2009 durante a Missão de Serviço 4, e substituiu a Wide Field and Planetary Camera 2. Ela é particularmente bem indicada para esse novo estudo, pois a câmera é otimizada para observar a radiação ultravioleta emitida pelas estrelas recém nascidas (mostradas pelos brilhantes agrupamentos azuis na imagem da NGC 2841) e os comprimentos de onda infravermelho, de modo que ela pode espiar atrás do véu de poeira que por outro lado esconde essas regiões da observação tradicional.

Ao mesmo tempo que a imagem mostra muitas estrelas quentes e jovens no disco da NGC 2841, existem poucos locais de formação atual de estrelas onde o gás hidrogênio está colapsando e formando novas estrelas. É bem provável que essas jovens estrelas fogosas estejam destruindo as regiões de formação de estrelas onde elas se formaram.

Fonte:

http://www.spacetelescope.org/news/heic1104/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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