Recentemente, uma descoberta fascinante trouxe à luz a sofisticação da astronomia babilônica: tábuas cuneiformes de 4.000 anos, decifradas recentemente, revelaram que os antigos babilônios usavam eclipses lunares para prever eventos significativos. Estas previsões abrangiam desde pragas e mortes de reis até a destruição de impérios inteiros, demonstrando uma ligação profunda entre fenômenos celestiais e acontecimentos terrestres.
A civilização babilônica, situada na Mesopotâmia, região que corresponde ao atual Iraque, foi uma das mais avançadas de seu tempo, notável por suas contribuições à matemática, astronomia e literatura. Entre suas práticas culturais, a divinação celestial ocupava um lugar de destaque. Os babilônios acreditavam que os deuses comunicavam seus desígnios através dos movimentos dos astros, e os eclipses lunares eram considerados sinais particularmente poderosos e proféticos.
Os babilônios desenvolveram um sistema complexo de interpretação dos fenômenos celestes, acreditando que eventos como eclipses lunares eram mensagens diretas dos deuses. Quando a sombra da Terra obscurecia a Lua cheia, eles viam isso como um presságio de acontecimentos futuros, frequentemente de natureza catastrófica. A prática de observar e interpretar esses sinais celestiais era uma tarefa reservada a especialistas, que detinham um conhecimento profundo das estrelas e planetas.
Esses especialistas, muitas vezes conselheiros dos reis e da elite babilônica, utilizavam tábuas cuneiformes para registrar e interpretar os eclipses. As tábuas recentemente decifradas, datadas do período médio e tardio da Babilônia Antiga (aproximadamente entre 1894 e 1595 a.C.), são os exemplos mais antigos conhecidos de compêndios de presságios baseados em eclipses lunares. Elas foram descobertas em Sippar, uma antiga cidade ao sudoeste da moderna Bagdá, e adquiridas pelo Museu Britânico entre 1892 e 1914.
O processo de decifração dessas tábuas revelou um sistema altamente organizado de previsão. Os babilônios classificavam os presságios de acordo com o horário da noite, o movimento da sombra, a duração e a data do eclipse. Por exemplo, uma tábua afirma que se “um eclipse se obscurece do centro de uma vez e clareia de uma vez, um rei morrerá, destruição de Elam”, referindo-se a uma região que hoje faz parte do Irã moderno. Outro presságio sugere que se um eclipse ocorrer em um determinado dia do mês, “haverá escassez de palha; haverá perdas de gado”.
Essa prática de divinação celestial não apenas influenciava as decisões políticas e militares, mas também moldava a percepção dos babilônios sobre seu lugar no cosmos. Acreditava-se que os deuses estavam diretamente envolvidos nos assuntos humanos, e a observação dos céus era uma maneira de decifrar suas intenções. Assim, a astronomia babilônica não era apenas uma ciência, mas também uma forma de comunicação divina, refletindo a profunda interconexão entre religião, poder e conhecimento na antiga Babilônia.
As tábuas cuneiformes recentemente analisadas datam do período médio e tardio da Babilônia Antiga, aproximadamente entre 1894 e 1595 a.C. Descobertas em Sippar, uma antiga cidade ao sudoeste da moderna Bagdá, essas tábuas foram adquiridas pelo Museu Britânico entre 1892 e 1914. No entanto, foi apenas recentemente que os estudiosos conseguiram traduzir completamente os textos cuneiformes e desvendar o complexo sistema de previsões astronômicas que eles continham. A análise dessas tábuas revelou que elas são os mais antigos exemplos conhecidos de compêndios de presságios baseados em eclipses lunares, organizados de maneira sistemática e detalhada.
Os autores do estudo, Andrew George, um especialista em babilônia da Universidade de Londres, e Junko Taniguchi, uma pesquisadora independente, publicaram suas descobertas no Journal of Cuneiform Studies. Eles explicam que as tábuas são testemunhos de um único texto que organiza os presságios de eclipses lunares de acordo com o horário da noite, o movimento da sombra, a duração e a data do eclipse. Essa organização meticulosa permitiu aos babilônios fazer previsões altamente detalhadas sobre eventos futuros, baseando-se nas características observadas dos eclipses.
Os babilônios desenvolveram um método sofisticado para analisar eclipses lunares, organizando os presságios com base no horário da noite, movimento da sombra, duração e data do eclipse. Por exemplo, uma tábua afirma que se “um eclipse se obscurece do centro de uma vez e clareia de uma vez, um rei morrerá, destruição de Elam”, referindo-se a uma região que hoje faz parte do Irã moderno. Outro presságio sugere que se um eclipse ocorrer em um determinado dia do mês, “haverá escassez de palha; haverá perdas de gado”.
Os babilônios acreditavam que os eclipses lunares eram sinais dos deuses, indicando eventos futuros importantes. Eles desenvolveram um sistema de substituição de reis, onde um “rei substituto” seria nomeado para suportar a ira dos deuses durante um eclipse, enquanto o verdadeiro rei permanecia seguro. Essa prática reflete a seriedade com que esses presságios eram tratados e a importância atribuída à interpretação correta dos sinais celestiais.
As tábuas também indicam que, em casos de presságios particularmente preocupantes, como a previsão da morte de um rei, os babilônios recorreriam a métodos adicionais de adivinhação, como a leitura de entranhas de animais, para confirmar ou refutar o presságio inicial. Essa abordagem multifacetada à previsão demonstra um nível impressionante de sofisticação e cuidado na tentativa de entender e prever o futuro.
Em suma, a metodologia de previsão dos babilônios, baseada em observações detalhadas dos eclipses lunares e complementada por outras formas de adivinhação, revela uma cultura profundamente preocupada com a interpretação dos sinais celestiais e sua aplicação prática na vida cotidiana e na governança. A descoberta e tradução dessas tábuas cuneiformes não apenas enriquecem nosso entendimento da astronomia antiga, mas também destacam a engenhosidade e a complexidade das práticas científicas e culturais da Babilônia Antiga.
Essas práticas de previsão não apenas influenciaram a sociedade babilônica, mas também refletem um esforço meticuloso para entender e interpretar o cosmos. A presença de conselheiros especializados em astronomia ao lado de líderes babilônicos destaca a importância atribuída a esses presságios. Comparando com outras culturas antigas, como os maias e os chineses, que também usavam fenômenos celestiais para previsões, podemos ver um padrão de busca por sentido no cosmos que atravessa diferentes civilizações.
Embora as técnicas babilônicas fossem baseadas em uma combinação de observação empírica e especulação teórica, elas representam um passo significativo na história da astronomia. Hoje, a compreensão dos eclipses lunares é baseada em princípios científicos rigorosos, mas a curiosidade e o desejo de compreender o universo que motivaram os babilônios continuam a impulsionar a ciência moderna. A descoberta dessas tábuas não apenas enriquece nosso conhecimento histórico, mas também nos lembra das raízes profundas da exploração científica.
Em resumo, a decifração dessas tábuas cuneiformes revela a complexidade e a sofisticação da astronomia babilônica, destacando a interseção entre ciência, cultura e história. Ao olhar para o passado, podemos apreciar a contínua busca humana por conhecimento e compreensão do cosmos, um esforço que continua a moldar nossa visão do universo até hoje.
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