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28 de setembro de 2024

Astrônomos Descobrem Par de Quasares Se Fundindo No Início do Universo

A recente descoberta de um par de quasares em fusão, realizada com o auxílio do poderoso instrumento GNIRS no telescópio Gemini North, representa um marco significativo na astrofísica moderna. Este achado não apenas estabelece um novo recorde de distância para pares de quasares em fusão, mas também marca a primeira confirmação de tal fenômeno durante a era primordial do Universo. A relevância desta descoberta reside na sua capacidade de fornecer insights valiosos sobre a formação e evolução das primeiras estruturas cósmicas, bem como sobre os processos subjacentes à reionização do Universo.

Os quasares, ou quasi-stellar objects, são núcleos galácticos extremamente luminosos alimentados por buracos negros supermassivos. A intensa luminosidade dos quasares é gerada pela acreção de gás e poeira no disco de acreção em torno do buraco negro central, resultando na emissão de quantidades colossais de energia. Estes objetos são fundamentais para o estudo da evolução das galáxias e do Universo em grande escala, pois suas propriedades luminosas permitem que sejam observados a distâncias cosmológicas.

A descoberta de um par de quasares em fusão a aproximadamente 900 milhões de anos após o Big Bang é particularmente notável. Este período, conhecido como a Aurora Cósmica, é caracterizado pelo surgimento das primeiras estrelas e galáxias, que gradualmente iluminaram o Universo anteriormente escuro. A fusão de galáxias durante esta era desempenhou um papel crucial na formação de quasares, tornando a identificação de tais pares uma janela única para o estudo das condições iniciais do cosmos.

Além disso, a confirmação de quasares em fusão durante a Aurora Cósmica oferece uma oportunidade sem precedentes para investigar os mecanismos que governam a formação de buracos negros supermassivos e a evolução das galáxias hospedeiras. A interação entre as galáxias em fusão pode desencadear processos de acreção intensificados, alimentando os buracos negros centrais e resultando em quasares altamente luminosos. Este fenômeno, por sua vez, influencia a dinâmica e a estrutura das galáxias envolvidas, moldando a evolução do Universo em larga escala.

Portanto, a descoberta deste par de quasares em fusão não é apenas um feito técnico impressionante, mas também uma contribuição significativa para a compreensão da história cósmica. Ao explorar as características e implicações desta descoberta, podemos obter uma visão mais profunda dos processos fundamentais que moldaram o Universo desde seus primórdios. Nos próximos segmentos deste artigo, examinaremos em detalhes os instrumentos e métodos utilizados na descoberta, o contexto cosmológico em que ela se insere, e as implicações mais amplas para a astrofísica e a cosmologia.

Instrumentação e Observação

A recente descoberta de um par de quasares em fusão no início do Universo foi possível graças ao uso do poderoso instrumento GNIRS (Gemini Near-Infrared Spectrograph) acoplado ao telescópio Gemini North. Este telescópio é uma das metades do Observatório Internacional Gemini, uma colaboração científica que recebe apoio parcial da Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos (NSF) e é operado pelo NOIRLab, um centro de pesquisa em astronomia óptica e infravermelha.

O Gemini North, localizado no cume do Mauna Kea, no Havaí, é um dos telescópios mais avançados do mundo, com um espelho primário de 8,1 metros de diâmetro. Equipado com o GNIRS, o telescópio é capaz de realizar observações detalhadas no espectro infravermelho próximo, uma faixa de comprimento de onda crucial para estudar objetos distantes no Universo primordial. A capacidade de observar no infravermelho é especialmente importante porque a luz desses objetos é esticada para comprimentos de onda mais longos devido à expansão do Universo, um fenômeno conhecido como redshift.

O GNIRS desempenha um papel vital ao decompor a luz emitida por objetos celestes em seus comprimentos de onda componentes, permitindo que os astrônomos analisem a composição química, temperatura, densidade e outras propriedades físicas desses objetos. No caso dos quasares recém-descobertos, o GNIRS foi essencial para confirmar que os objetos observados eram, de fato, quasares e não outras fontes de luz, como estrelas de primeiro plano ou galáxias distantes afetadas por lentes gravitacionais.

A Fundação Nacional de Ciência dos EUA (NSF) e o NOIRLab têm sido fundamentais no apoio ao Observatório Gemini, proporcionando os recursos necessários para a operação e manutenção do telescópio e seus instrumentos avançados. A NSF, uma agência governamental independente, financia uma ampla gama de pesquisas científicas e tecnológicas, enquanto o NOIRLab coordena a operação de vários observatórios astronômicos de ponta, facilitando a colaboração internacional e o acesso a dados de alta qualidade.

Além do GNIRS, a descoberta dos quasares também envolveu o uso do Hyper Suprime-Cam no Telescópio Subaru, localizado no mesmo complexo de observatórios no Mauna Kea. Este instrumento permitiu a captura das imagens iniciais que levaram à identificação dos candidatos a quasares. A combinação de dados de diferentes telescópios e instrumentos foi crucial para a confirmação da natureza dos quasares e para a obtenção de uma visão mais completa de suas propriedades e do ambiente em que se encontram.

Assim, a sinergia entre o Gemini North, o GNIRS, e outros instrumentos avançados exemplifica como a colaboração internacional e o uso de tecnologia de ponta são essenciais para avanços significativos na astronomia moderna, permitindo que os cientistas explorem os confins do Universo e revelem seus segredos mais profundos.

Contexto Cosmológico

Desde o instante inicial após o Big Bang, o Universo tem se expandido continuamente, um fenômeno que define a estrutura e a evolução do cosmos. Esta expansão implica que o Universo primitivo era significativamente menor e mais denso, o que facilitava a interação e a fusão de galáxias em uma escala muito maior do que observamos atualmente. Essas fusões galácticas são eventos de importância crucial na astrofísica, pois desempenham um papel fundamental na formação de quasares, que são os núcleos galácticos extremamente luminosos alimentados por buracos negros supermassivos.

Os quasares são formados quando grandes quantidades de gás e poeira caem em direção a um buraco negro supermassivo central, emitindo enormes quantidades de radiação eletromagnética no processo. Este fenômeno faz com que os quasares sejam alguns dos objetos mais brilhantes e energéticos do Universo, visíveis a distâncias cosmológicas. No contexto do Universo primitivo, a alta densidade de matéria e a frequência de fusões galácticas criaram condições ideais para a formação de numerosos quasares.

Entretanto, apesar das expectativas teóricas de encontrar muitos pares de quasares em fusão no Universo primitivo, as observações até agora não haviam confirmado a existência de tais pares. A descoberta recente de um par de quasares em fusão, observados apenas 900 milhões de anos após o Big Bang, representa uma confirmação empírica significativa dessas expectativas. Esta descoberta não apenas estabelece um novo recorde de distância para pares de quasares em fusão, mas também fornece uma janela única para estudar os processos de formação e evolução das primeiras galáxias e buracos negros supermassivos.

A fusão de galáxias é um processo violento e dinâmico que pode desencadear intensos episódios de formação estelar e alimentar os buracos negros centrais, levando à formação de quasares. No caso do par de quasares recém-descoberto, a presença de uma ponte de gás entre os dois quasares sugere que suas galáxias hospedeiras estão em um estágio avançado de fusão. Este cenário fornece um laboratório natural para estudar os mecanismos de formação de quasares e a dinâmica das fusões galácticas no Universo primitivo.

Assim, a descoberta deste par de quasares em fusão não só valida modelos teóricos de formação de estruturas cósmicas, mas também abre novas possibilidades para a investigação dos processos físicos que moldaram o Universo nas suas fases iniciais. Ao observar e analisar esses eventos, os astrônomos podem obter insights valiosos sobre a evolução das galáxias e dos buracos negros supermassivos, bem como sobre a história da formação de estruturas no cosmos.

Descoberta dos Quasares

A recente descoberta de um par de quasares em fusão, observados a apenas 900 milhões de anos após o Big Bang, marca um avanço significativo na astrofísica moderna. Este achado não só estabelece um novo recorde de distância para quasares em fusão, mas também representa a primeira dupla confirmada durante o período conhecido como Aurora Cósmica. Esta era, que se estendeu de aproximadamente 50 milhões a um bilhão de anos após o Big Bang, foi crucial para a formação das primeiras estrelas e galáxias, iluminando o Universo primordial.

Os quasares, ou quasi-stellar objects, são núcleos galácticos extremamente luminosos alimentados por buracos negros supermassivos. Quando galáxias colidem e se fundem, o material resultante cai em direção ao buraco negro central, gerando uma quantidade colossal de energia e luz. A detecção de quasares em fusão tão distantes oferece uma janela única para estudar os processos de formação e evolução das primeiras galáxias e buracos negros no Universo.

A equipe de astrônomos, utilizando o telescópio Gemini North e seu instrumento GNIRS, conseguiu identificar este par de quasares em um estágio inicial do Universo. A descoberta foi inicialmente feita através de imagens capturadas pela Hyper Suprime-Cam no Telescópio Subaru, onde uma mancha vermelha tênue chamou a atenção dos pesquisadores. Esta observação inicial foi seguida por uma análise espectroscópica detalhada, que confirmou a natureza dos objetos como quasares em fusão.

A importância desta descoberta reside não apenas na distância recorde, mas também no fato de que é a primeira vez que um par de quasares foi confirmado durante a Aurora Cósmica. Este período é particularmente significativo porque marca o surgimento das primeiras estruturas luminosas no Universo, sinalizando o fim das chamadas “eras escuras” e o início da Época da Reionização. Durante esta transição, a radiação ultravioleta das primeiras estrelas e galáxias começou a ionizar o hidrogênio primordial, transformando o Universo em um ambiente mais transparente e permitindo a formação das grandes estruturas que observamos hoje.

A descoberta de quasares em fusão nesta era remota sugere que as fusões galácticas e a formação de buracos negros supermassivos ocorreram muito cedo na história cósmica. Este achado não apenas desafia as teorias atuais sobre a formação de galáxias e buracos negros, mas também fornece pistas valiosas sobre os processos que governaram a evolução inicial do Universo. Com a continuação das observações e a utilização de instrumentos ainda mais avançados, como o Observatório Vera C. Rubin, espera-se que mais descobertas revolucionárias como esta venham à tona, aprofundando nosso entendimento sobre os primórdios do cosmos.

Aurora Cósmica e Época da Reionização

A Aurora Cósmica, também conhecida como “Cosmic Dawn”, representa um período crucial na história do Universo, que se estende aproximadamente de 50 milhões a um bilhão de anos após o Big Bang. Durante essa era transformadora, as primeiras estrelas e galáxias começaram a emergir das trevas cósmicas, iluminando o Universo pela primeira vez. Este período marca o início da formação das estruturas cósmicas que eventualmente evoluiriam para o complexo tecido de galáxias, estrelas e sistemas planetários que observamos hoje.

Dentro da Aurora Cósmica, ocorre um evento de transição fundamental conhecido como a Época da Reionização. Este período, que começou cerca de 400 milhões de anos após o Big Bang, foi caracterizado pela propagação da luz ultravioleta emitida pelas primeiras estrelas, galáxias e quasares. Essa luz interagiu com o meio intergaláctico, ionizando os átomos de hidrogênio primordiais ao remover seus elétrons. Esse processo de ionização transformou o Universo de um estado neutro e opaco para um estado ionizado e transparente, permitindo que a luz viajasse livremente pelo cosmos.

A Época da Reionização é considerada um marco crítico na evolução cosmológica, pois marcou o fim das “idades das trevas” cósmicas e deu início à formação das grandes estruturas que constituem o Universo local. Durante este período, a luz das primeiras estrelas e galáxias não apenas iluminou o cosmos, mas também desempenhou um papel fundamental na formação e evolução das primeiras galáxias e buracos negros supermassivos. A interação entre a luz ultravioleta e o hidrogênio primordial criou bolhas de plasma ionizado que eventualmente se fundiram, resultando em um Universo completamente reionizado.

Compreender a Aurora Cósmica e a Época da Reionização é essencial para decifrar a história inicial do Universo e os processos que levaram à formação das primeiras estruturas cósmicas. A descoberta de quasares em fusão durante este período fornece uma janela única para estudar esses processos em detalhes. Os quasares, com suas luminosidades extremas, servem como faróis cósmicos que iluminam o meio intergaláctico, permitindo aos astrônomos mapear a distribuição de matéria e a evolução das galáxias primitivas.

Além disso, a presença de quasares em fusão durante a Época da Reionização sugere que as interações e fusões de galáxias desempenharam um papel significativo na formação e crescimento dos buracos negros supermassivos. Essas descobertas ajudam a construir um quadro mais completo da evolução do Universo, desde seus primeiros instantes até a complexidade que observamos hoje. A pesquisa contínua nesta área promete revelar ainda mais sobre os mecanismos que moldaram o cosmos primitivo e as origens das estruturas que compõem o Universo moderno.

Importância dos Quasares na Época da Reionização

Os quasares desempenham um papel crucial na compreensão da Época da Reionização, um período de transição cosmológica que ocorreu aproximadamente entre 400 milhões e um bilhão de anos após o Big Bang. Durante essa era, a radiação ultravioleta emitida pelas primeiras estrelas, galáxias e quasares começou a interagir com o meio intergaláctico, ionizando os átomos de hidrogênio primordial ao remover seus elétrons. Esse processo de ionização marcou o fim das chamadas “idades das trevas” cósmicas e iniciou a formação das grandes estruturas que observamos no Universo atual.

Os quasares, com seus núcleos galácticos extremamente luminosos alimentados por buracos negros supermassivos, são fontes significativas de radiação ultravioleta. Portanto, estudar os quasares que existiram durante a Época da Reionização fornece insights valiosos sobre a progressão e a origem desse processo de ionização. Como explicou Yoshiki Matsuoka, astrônomo da Universidade de Ehime no Japão e autor principal do estudo publicado no Astrophysical Journal Letters, “as propriedades estatísticas dos quasares na Época da Reionização nos dizem muitas coisas, como o progresso e a origem da reionização, a formação de buracos negros supermassivos durante a Aurora Cósmica e a evolução inicial das galáxias hospedeiras de quasares.”

A descoberta do par de quasares em fusão, observados apenas 900 milhões de anos após o Big Bang, é particularmente significativa porque representa a primeira confirmação de quasares em fusão durante a Aurora Cósmica. Até então, cerca de 300 quasares haviam sido identificados na Época da Reionização, mas nenhum em pares. A existência de quasares em fusão durante esse período foi antecipada por muito tempo, mas somente agora foi confirmada. Essa descoberta não apenas valida teorias existentes sobre a formação e fusão de galáxias e quasares no início do Universo, mas também abre novas possibilidades para a investigação da dinâmica dessas fusões e seu impacto na evolução cosmológica.

Além disso, os quasares em fusão oferecem uma oportunidade única para estudar a formação de buracos negros supermassivos. Os dois buracos negros observados no par de quasares descobertos são gigantescos, cada um com uma massa aproximadamente 100 milhões de vezes maior que a do Sol. A presença de uma ponte de gás entre os dois quasares sugere uma fusão em larga escala das galáxias hospedeiras, um processo que pode fornecer pistas sobre como esses buracos negros cresceram tão rapidamente em um Universo jovem.

Em resumo, a descoberta de quasares em fusão na Época da Reionização não só ilumina aspectos fundamentais da formação e evolução das primeiras estruturas cósmicas, mas também reforça a importância dos quasares como ferramentas para desvendar os mistérios do Universo primordial.

Metodologia da Descoberta

A identificação e confirmação dos quasares em fusão descobertos a 900 milhões de anos após o Big Bang envolveu uma série de etapas meticulosas e o uso de tecnologias avançadas. Inicialmente, a equipe de astrônomos, liderada por Yoshiki Matsuoka da Universidade de Ehime, no Japão, utilizou a Hyper Suprime-Cam do Telescópio Subaru para realizar uma varredura detalhada do céu. Durante essa análise, um ponto vermelho tênue chamou a atenção dos pesquisadores, sugerindo a presença de possíveis candidatos a quasares distantes.

Contudo, a mera observação de fontes vermelhas não é suficiente para confirmar a natureza de quasares, especialmente em regiões tão distantes do Universo. A complexidade aumenta devido à contaminação por outras fontes, como estrelas e galáxias de primeiro plano, além dos efeitos de lentes gravitacionais que podem distorcer a luz observada. Para superar esses desafios, a equipe recorreu à espectroscopia, uma técnica que permite decompor a luz emitida por um objeto em seus comprimentos de onda constituintes, revelando informações cruciais sobre sua composição e características.

Utilizando o Faint Object Camera and Spectrograph (FOCAS) no Telescópio Subaru e o Gemini Near-Infrared Spectrograph (GNIRS) no telescópio Gemini North, os astrônomos conseguiram obter espectros detalhados dos candidatos a quasares. As observações com o GNIRS foram particularmente essenciais, pois permitiram caracterizar a natureza dos quasares e de suas galáxias hospedeiras. A análise espectral revelou que os quasares eram muito tênues para serem detectados no infravermelho próximo, mesmo com um dos maiores telescópios terrestres.

Essa descoberta foi significativa, pois indicou que uma parte da luz detectada no espectro óptico não provinha dos próprios quasares, mas sim da formação estelar em andamento nas galáxias hospedeiras. Além disso, a equipe identificou que os buracos negros centrais dos quasares eram extremamente massivos, cada um com uma massa aproximadamente 100 milhões de vezes maior que a do Sol. A presença de uma ponte de gás entre os dois quasares sugeriu que eles e suas galáxias hospedeiras estavam em um processo de fusão em grande escala.

A confirmação da existência de quasares em fusão durante a Época da Reionização, um período crítico na formação do Universo, foi um marco significativo na astrofísica. A metodologia rigorosa empregada pela equipe, combinando observações de imagem com análise espectral detalhada, exemplifica a complexidade e a precisão necessárias para desvendar os mistérios do cosmos. Essa descoberta não apenas amplia nosso conhecimento sobre a formação de quasares e galáxias no início do Universo, mas também abre caminho para futuras investigações com instrumentos ainda mais avançados, como o Observatório Vera C. Rubin.

Implicações e Futuro da Pesquisa

A descoberta deste par de quasares em fusão durante a Época da Reionização não apenas marca um avanço significativo na astrofísica, mas também abre novas avenidas para a exploração e compreensão da formação das primeiras estruturas cósmicas. A identificação de quasares tão distantes e em um estágio tão inicial do Universo fornece uma janela única para estudar os processos que moldaram o cosmos em suas fases primordiais. Esta descoberta, portanto, tem implicações profundas para várias áreas da cosmologia e astrofísica.

Primeiramente, a confirmação da existência de quasares em fusão durante a Época da Reionização sugere que as interações e fusões galácticas eram eventos comuns e significativos na formação do Universo inicial. Isso implica que os processos de fusão galáctica desempenharam um papel crucial na formação e evolução dos buracos negros supermassivos, que são os motores dos quasares. A presença de uma ponte de gás entre os dois quasares descobertos indica que a fusão galáctica está em andamento, oferecendo uma oportunidade para estudar em detalhe como essas interações influenciam a formação estelar e a evolução das galáxias hospedeiras.

Além disso, a descoberta destaca a importância da espectroscopia e das observações em múltiplos comprimentos de onda para caracterizar objetos astronômicos distantes. A utilização do GNIRS no telescópio Gemini North foi crucial para diferenciar a luz emitida pelos quasares da luz proveniente da formação estelar nas galáxias hospedeiras. Este método permitiu uma análise detalhada das propriedades físicas dos quasares e suas galáxias, fornecendo dados essenciais para entender a dinâmica e a composição desses sistemas.

O futuro da pesquisa em quasares e na formação das primeiras estruturas cósmicas é promissor, especialmente com o início das operações do Observatório Vera C. Rubin em 2025. O Legacy Survey of Space and Time (LSST) do observatório está projetado para realizar uma pesquisa profunda e abrangente do céu, com a capacidade de detectar milhões de quasares. Esta vasta quantidade de dados permitirá aos astrônomos identificar e estudar uma grande amostra de quasares em diferentes estágios de evolução e em várias épocas do Universo.

Com o LSST, espera-se que mais pares de quasares em fusão sejam descobertos, proporcionando uma visão mais completa sobre a frequência e os efeitos das fusões galácticas no Universo inicial. Essas descobertas ajudarão a refinar os modelos teóricos da formação de buracos negros supermassivos e da evolução das galáxias, contribuindo para uma compreensão mais profunda dos mecanismos que governaram a transição do Universo das eras escuras para o cosmos luminoso e estruturado que observamos hoje.

Em suma, a descoberta do par de quasares em fusão representa um marco na astrofísica, com implicações que ressoarão por muitos anos. À medida que novas tecnologias e observatórios avançam, a exploração do Universo primordial continuará a revelar os segredos de nossa origem cósmica.

Fonte:

https://noirlab.edu/public/images/noirlab2415a/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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