No universo da exploração espacial, cada passo dado em direção a um novo projeto é motivo de grande expectativa. Hoje, gostaria de falar sobre um desses projetos, a missão Venera-D, que está avançando rumo ao seu design preliminar.
No dia 5 de setembro de 2022, a NPO Lavochkin, uma das mais renomadas empresas russas do setor aeroespacial, anunciou que o seu Conselho Científico e Técnico (NTS, na sigla em inglês) aprovou a Proposta Técnica para o projeto Venera-D. Esse documento foi então recomendado para revisão pelas organizações especializadas da Roskosmos, a agência espacial russa.
A defesa formal do projeto na reunião do NTS contou com a presença de figuras importantes do setor aeroespacial russo. Entre os presentes estavam Aleksandr Shirshakov, Primeiro Vice-Diretor da NPO Lavochkin, Lev Zeleny, Vice-Presidente do Conselho Espacial na Academia Russa de Ciências e Chefe Científico do Instituto de Pesquisa Espacial de Moscou, além de representantes da Roskosmos, do instituto de pesquisa TsNIIMash e de outras organizações.
Oleg Sedykh, designer-chefe do projeto Venera-D e chefe de uma divisão de design da NPO Lavochkin, fez uma apresentação sobre a arquitetura da missão, seu cenário e potenciais locais de pouso em Vênus. Na época, a missão Venera-D ainda incluía veículos orbitais, atmosféricos e de pouso, mas não foram anunciados detalhes sobre o orçamento ou cronograma da missão.
Em abril de 2023, o governo russo anunciou que a missão Venera-D seria lançada em junho de 2031, dois anos mais tarde do que havia sido anunciado anteriormente.
Em 15 de maio de 2031, a NPO Lavochkin anunciou que, com base na proposta técnica finalizada, a empresa estava trabalhando no cronograma de desenvolvimento para o design preliminar da missão Venera-D. Além disso, estava coordenando as tarefas técnicas e os contratos para os subcontratados do projeto, e formando o Conselho de Designers Chefe para supervisionar o desenvolvimento. Segundo a NPO Lavochkin, o desenvolvimento do design preliminar para o projeto Venera-D estava previsto para começar em janeiro de 2024.
No mesmo anúncio, a NPO Lavochkin também revelou que a Roskosmos e a Academia Russa de Ciências estavam avaliando a possibilidade de retornar amostras do solo, da atmosfera e de aerossóis de Vênus dentro da missão Venera-D. O conceito contemplava o lançamento sequencial de uma completamente nova espaçonave de busca/recuperação e descida.
Para entender a importância dessa missão, é preciso lembrar que Vênus, nosso vizinho planetário, é um dos destinos mais desafiadores e intrigantes para a exploração espacial. Com uma atmosfera extremamente densa e um ambiente superaquecido, com temperaturas que podem chegar a 470 graus Celsius, Vênus é um planeta hostil e, por isso, extremamente interessante para o estudo.
Vênus já foi chamado de “planeta irmão” da Terra devido à sua proximidade em tamanho e composição, mas as condições extremas lá encontradas nos mostram como um planeta do nosso sistema solar pode diferir tanto da Terra. A missão Venera-D, portanto, tem o potencial de nos ajudar a compreender melhor essas diferenças e, quem sabe, nos fornecer pistas sobre como a Terra pode vir a se parecer se as mudanças climáticas continuarem inalteradas.
Um dos aspectos mais fascinantes da missão Venera-D é a possibilidade de coletar e retornar amostras da atmosfera, do solo e dos aerossóis de Vênus. Se for bem-sucedida, essa seria uma conquista sem precedentes. As amostras retornadas poderiam fornecer informações valiosas sobre a composição química de Vênus, a sua geologia e até mesmo sobre a possibilidade de ter existido vida no planeta no passado.
A missão também tem o potencial de expandir nossa compreensão sobre a formação e a evolução dos planetas rochosos, como a Terra. Além disso, pode nos ajudar a entender melhor como as condições extremas de Vênus foram formadas, contribuindo para os estudos de exoplanetas com condições semelhantes.
A missão Venera-D é, portanto, um passo gigantesco para a exploração espacial. Ela nos permitirá não apenas desvendar os mistérios de Vênus, mas também entender melhor nossa própria existência no sistema solar.
Por fim, vale lembrar que missões como a Venera-D são o resultado do trabalho árduo, do compromisso e da visão de uma equipe de cientistas, engenheiros e técnicos. Eles são a prova viva de que, apesar de todos os desafios, a exploração espacial continua avançando, nos levando cada vez mais longe na busca por respostas sobre o nosso universo.
Então, se você, como eu, é um entusiasta do espaço, continue acompanhando essa jornada conosco. Estaremos aqui, trazendo todas as novidades sobre a missão Venera-D e muitas outras aventuras espaciais que ainda estão por vir. Até a próxima!
Fonte:
