Em 1985, no mesmo ano do Halley, os astrônomos observaram um cometa muito interessante, cometa esse que parecia ter uma enorme bolha de poeira viajando com ele pelo espaço, e agora, finalmente, os astrônomos descobriram o que é.
Compreender objetos como esse cometa que é um objeto incomum pode ajudar os astrônomos a aprender como os cometas evoluem e se desfazem.
Astrônomos usaram o Cometa 108P/Ciffreo com o Telescópio Óptico Nórdico na Espanha e com o Telescópio Espacial Hubble para poder então ver mais de perto o seu estranho companheiro. Os astrônomos descobriram que o próprio corpo do cometa tinha cerca de 1 km de diâmetro, mas o aglomerado de poeira que se movia ao seu lado tinha cerca de 5000 quilômetros de diâmetro. Os astrônomos nunca tinham visto esse tipo de bolha de poeira ao redor de cometas.
Quando a bolha de poeira foi descoberta pela primeira vez, os astrônomos pensaram que provavelmente seria um objeto separado, talvez uma parte fragmentada do cometa principal. Mais tarde, outros astrônomos sugeriram que poderiam ser partículas lançadas do cometa quando a luz do Sol aqueceu o gelo da sua superfície, transformando o gelo em gás em um processo conhecido como sublimação. Os astrônomos usaram suas novas observações para construir uma série de simulações em um esforço para dizer em qual explicação se encaixava.
Toda vez que os astrônomos observavam o cometa se aproximando do Sol a bolha reaparecia, o que tornava a fragmentação uma explicação improvável, não faria sentido para o cometa começar a se desintegrar exatamente da mesma maneira no mesmo ponto da sua órbita. Então, a explicação de que a bolha fosse feita de poeira do próprio cometa ganhava força.
No entanto a localização da bolha entre o cometa e o Sol e o fato de ser o único objeto em vez de estar espalhado indicam que a poeira provavelmente saiu do cometa em um jato. Os pesquisadores sugerem que isso pode ocorrer porque o gelo está levantando a poeira do cometa está localizado no fundo de uma cavidade, portanto, quando a luz do Sol entra nessa cavidade, o jato volta-se sobre si mesmo devido pressão da radiação solar formando uma bolha que fica próxima do cometa.
Os astrônomos planejam encontrar e modelar cometas mais incomuns nos próximos anos, e com novos telescópios, como o Observatório Vera C. Rubin, no Chile, devem ser capazes de detectar muito mais.
Devem existir por aí no Sistema Solar cometas mais estranhos e peculiares, e observar esses cometas e criar modelos para explicar pode ajudar os astrônomos a explicar o ciclo de vida dos cometas, um dos objetos mais intrigantes do nosso Sistema Solar.
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