Rastrear um exoplaneta é algo complicado de ser feito, ainda mais quando o exoplaneta está muito distante da sua estrela, de modo que a utilização da técnica do trânsito, aquela que observa a queda de luz da estrela com a passagem do planeta na sua frente é ineficaz para a sua detecção. Mas se o exoplaneta for muito grande, de modo que ele tenha o seu próprio brilho infravermelho, não importa muito o quão distante ele está da estrela, as coisas ficam um pouco mais fáceis. Pelo menos essas propriedades, o tamanho do exoplaneta, e a sua distância da sua estrela, permitiram que os astrônomos na Universidade do Havaí pudessem rastrear um exoplaneta específico com um nome curioso, o Coconuts-2b.
Astrônomos são criativos para dar nome aos seus projetos mas esse parece ter superado tudo que você já viu, o projeto se chama Cool Companions on Ultrawide Orbits, ou Coconuts, em português seria algo como companheiros frios em órbitas ultra longas. Esse novo exoplaneta descoberto tem cerca de vezes o tamanho de Júpiter e está localizado a uma distância equivalente a 6000 vezes a distância da Terra até o Sol.
Essa distância incrível fez com que os astrônomos que descobriram originalmente o planeta em 2011, pensassem que ele era um planeta órfão, ou seja, um planeta que não orbita estrela alguma e que está vagando pela galáxia. Eles só foram capazes de ver o planeta devido ao brilho próprio do planeta em infravermelho gerado pelo calor remanescente da sua formação.
Uma nova pesquisa, mais recente, mostrou que na verdade, o Coconuts-2b orbita uma estrela, a L-34-26, só que a uma grande distância. O sistema não fica muito distante da Terra, a apenas 35 anos-luz e é um dos mais próximos já encontrados pelos astrônomos. Ele também não é o exoplaneta mais distante da sua estrela, pois existe outro que está a 7400 UA de distância da estrela mãe.
A experiência de viver em um mundo desses deve ser algo muito diferente do que viver aqui na Terra, a noite e o dia nesse exoplaneta devem ser bem parecidos, a estrela deve aparecer só como um ponto vermelho no céu. Esse planeta também fornece uma ideia bem interessante sobre a formação e evolução planetária, do que deve ter acontecido aqui no nosso Sistema Solar com Júpiter e Saturno.
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