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Sistemas planetários são comuns na Galáxia, mas a maioria deles é bastante diferente do nosso Sistema Solar. Essa diversidade é o resultado de processos dinâmicos severos que impuseram reconfigurações significativas das arquiteturas de sistemas planetários. Na maioria dos sistemas mais dinâmicos, alguns planetas podem ter sido “devorados” pela estrela hospedeira.
Uma equipe internacional de astrônomos liderada por Lorenzo Spina (INAF-Pádua, Itália) e incluindo o Professor Jorge Meléndez do IAG-USP estudou a composição química de estrelas de tipo solar em mais de 100 sistemas binários, a fim de identificar assinaturas de planetas engolidos. As observações de 31 pares binários (62 estrelas) foram obtidas com o espectrógrafo HARPS no telescópio de 3,6 metros do Observatório La Silla do ESO, e a análise foi complementada com resultados anteriores da literatura.
Em um sistema binário, as duas estrelas são formadas a partir do mesmo material, e portanto deveriam ser quimicamente idênticas. No entanto, quando um planeta cai em uma estrela, é dissolvido na região mais externa do interior estelar (a zona convectiva) e pode modificar a composição dessa região, aumentando o conteúdo de elementos refratários, que são abundantes em planetas rochosos. Nas estrelas cujas assinaturas indicam o engolfamento de planetas, são observadas quantidades maiores de lítio e de ferro em relação à sua estrela companheira gêmea do sistema binário. De acordo com o professor Jorge Meléndez, ‘O lítio é destruído no interior das estrelas, mas ele é preservado no material que compõe os planetas. Portanto, uma abundância anormalmente alta desse elemento químico em uma estrela, pode indicar que material planetário foi engolido por ela.’
Esta foi a maior amostra já estudada de estrelas similares em sistemas binários, e os resultados mostraram que pelo menos um quarto das estrelas de tipo solar “devoram” seus próprios planetas. A descoberta sugere que uma fração significativa dos sistemas planetários passou por um passado muito dinâmico – ao contrário do nosso Sistema Solar, que preservou uma arquitetura ordenada.
Segundo o Astrônomo Lorenzo Spina ‘A busca por planetas semelhantes à Terra é como procurar uma “agulha no palheiro”.’ Contudo, este resultado abre a possibilidade de usar abundâncias químicas para identificar estrelas com composição similar ao Sol, deficiente em elementos refratários, para selecionar as estrelas com maior probabilidade de hospedar análogos de nosso Sistema Solar.
FONTE:
https://www.nature.com/articles/s41550-021-01451-8.pdf
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