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QUINTESSÊNCIA – A NATUREZA DA ENERGIA ESCURA NO UNIVERSO? | SPACE TODAY TVEP2370
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Em 1998, os pesquisadores tiveram a primeira evidência de algo que mudou o nosso entendimento do universo, havia alguma força puxando a expansão cósmica, ou melhor dizendo acelerando a expansão do universo.
Essa pista veio de dois estudos separados que foram feitos usando dados de supernovas.
Desde então, muitos outros estudos confirmaram essa expansão acelerada do universo, ou seja, mostrando que havia mesmo uma força aí, força essa que foi chamada de energia escura.
Primeiro, os pesquisadores pensaram que a energia escura seria uma propriedade intrínseca do espaço, mas depois outros pesquisadores sugeriram que não, e eles chamaram a energia escura de quintessência, ou seja, algo relacionado o quinto elemento.
A quintessência poderia ter propriedades mensuráveis pelos pesquisadores, e isso foi muito animador, pois seria então possível entender a natureza da energia escura.
Então, em 1998 mesmo, um pesquisadores propôs um teste experimental para a quintessência, baseada na previsão que ela altera como a luz se propaga no espaço.
Esse efeito poderia ser medido na CMB.
CMB para quem não sabe é a radiação cósmica de microondas de fundo, ou apenas radiação de fundo, a radiação lá do Big Bang que os pesquisadores conseguem medir usando o Planck, por exemplo, entre outros observatórios espaciais especializados.
A ideia era, nos mapas da CMB detectar luz polarizada, ou seja, quando o campo elétrico acaba alinhando a propagação da luz numa direção preferencial.
A teoria diz que a quintessência muda a direção na qual a polarização aponta, de modo que seria possível detectar isso nos dados.
Agora, outro grupo de pesquisadores, desenvolveu uma nova técnica de análise de dados aplicou nos dados do Planck e conseguiram medir a polarização da radiação.
Antes de mais nada, e para não ter problema algum, já vale dizer que a análise não atingiu o que chamamos de 5 sigma, ou seja, ainda tem uma incerteza muito grande. Essas análises atingiram os 2.5 sigma.
O próprio editor da Physical Reviews Letter disse que o trabalho é bom, mas precisa ser julgado por todos.
O problema principal é que o dado do Planck é muito ruidoso e isso pode ser um fator decisivo na análise.
Mas o trabalho aponta uma pista interessante.
Tão interessante que novos projetos de detecção da CMB já estão em andamento como o Observatório Simons e o LiteBIRD no Deserto do Atacama.
Se a quintessência for mesmo a explicação para a energia escura, seria um efeito em cascata muito lindo.
Teríamos uma melhor estimativa da idade do universo.
Poderíamos explicar melhor a CMB.
Resolveria o problema da energia escura e poderíamos definir melhor o destino do universo.
A quintessência como explicação da energia escura, poderia fazer com que em um certo momento, a expansão tivesse uma velocidade reduzida, desaparecer e o universo começar a contrair levando o universo ao Big Crunch.
Ou seja, seriam muitos efeitos!!
E aí, será que a quintessência é a explicação para a energia escura?
Fontes:
https://www.nature.com/articles/d41586-020-03201-8
https://arxiv.org/pdf/2011.11254.pdf
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