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Boa parte da matéria visível numa galáxia, não é visível no comprimento de onda da luz visível.
Temos muita coisa que só aparece quando começamos a observar uma galáxia em outros comprimentos de onda.
Os astrônomos dizem que somente cerca de 10% da massa total de uma galáxia é visível por telescópios ópticos.
Existe uma grande quantidade de matéria bariônica que não é observada que fica no tênue halo ao redor da galáxia, halo esse formado por gases que são aquecidos à temperaturas de milhões de graus.
Para poder observar esses halos, o que acontece ali, e assim tentar resolver importantes mistérios das galáxias é preciso usar outros tipos de instrumentos, nesse caso, um instrumento que seja sensível a uma radiação de alta energia.
Esse instrumento são os observatórios espaciais de raios-X.
Em 2019, foi lançado o mais sensível de todos até o momento, o eROSITA que viaja junto com o observatório SRG , ou Spektrum-Roentgen-Gamma.
Com ele, os astrônomos estão mapeando todo o céu em raios-X e estão descobrindo estruturas maravilhosas.
Uma delas acaba de ser anunciada num artigo da revista Nature.
Ao estudar o céu, o eROSITA conseguiu detectar uma enorme estrutura na parte sul do céu, bem semelhante a outra estrutura já conhecida na parte norte do céu.
Quando as duas estruturas são colocadas juntas, elas assumem a forma de bolhas saindo do centro da Via Láctea e se estendendo por cerca de 50 mil anos-luz, algo realmente impressionante.
Elas lembram muito as famosas Bolhas de Fermi, as bolhas detectadas pela sonda Fermi da NASA a alguns anos atrás.
Mas em raios-X essa é a primeira vez que essa detecção é feita.
O problema para os astrônomos é que quando eles observam algo pela primeira vez, eles precisam arrumar uma explicação, e isso as vezes não é muito fácil.
No caso das bolhas de raios-X, os astrônomos começaram com duas possíveis explicações.
Elas poderiam ser causadas, por um grande evento de formação de estrelas, ou por uma rajada de material proveniente do buraco negro central da Via Láctea.
Quando eles analisaram a energia necessária para a formação dessas gigantescas bolhas, que teria que ser equivalente à energia de 100 mil supernovas, eles chegaram à conclusão que só pode ter sido uma grande atividade do buraco negro da Via Láctea.
Embora hoje ele seja um buraco negro tranquilo, sem muita atividade, no passado ele pode ter se comportado como um núcleo ativo de galáxia , expelido essas bolhas, e elas seriam como se fossem a cicatriz deixada pela atividade do buraco negro no halo da nossa galáxia.
Os cientistas sempre procuraram por esses indícios de atividades violentas em outras galáxias, e agora o eROSITA está mostrando que essas bolhas poderiam indicar essa atividade.
Ainda tem muito para ser feito com essa informação e com o próprio eROSITA.
Ele está completando a segunda varredura do céu, e muitos novos dados e novas informações poderão ser incorporadas ao estudo das bolhas da Via Láctea.
Temperatura, densidade, composição, tudo isso será importante para caracterizar por completo e entender melhor essas estranhas estruturas da nossa galáxia.
Fontes:
https://www.mpe.mpg.de/7540556/news20201210
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