Durante algumas semanas no mês de julho de 2020, o Solar and Terrestrial Relations Observatory da NASA, ou STEREO, teve a melhor visão a partir do Sistema Solar, da estrela Betelgeuse, cuja extrema diminuição de brilho alguns meses atrás intrigou os cientistas. As medidas feitas pelo STEREO revelaram uma nova diminuição de brilho o que é totalmente inesperado, adicionando mais dúvidas sobre o recente comportamento da estrela.
Começando em meados de 2020, Betelgeuse apareceu mais perto do Sol no céu, devido à posição da Terra no espaço. Contudo, o satélite STEREO da NASA está cerca de 70 graus deslocado com relação a Terra, significando que, no final de junho de 2020, estava aproximadamente na mesma posição que a Terra estava em meados de abril e poderia assim ver as estrelas que apareciam no céu da Terra durante o mês de abril.
Os cientistas aproveitaram então essa posição orbital para manter os olhos em Betelgeuse enquanto a estrela não era possível de ser observada dos observatórios em Terra. Durante esse período, entre final de junho e o começo de agosto, o STEREO observou Betelgeuse em 5 dias separados, gastando duas horas por dia cada vez que a estrela aparecia no campo de visão do Heliospheric Imager da sonda STEREO, um instrumento que normalmente é usado para capturar imagens do material fluindo do Sol, o vento solar, à medida que ele passa pela sonda em direção à Terra. A equipe reduziu o tempo de exposição do instrumento para manter o brilho de Betelgeuse comparável ao brilho vento solar. O campo de visão do instrumento é bem amplo, cobrindo cerca de 70 graus do céu, o que permite que os cientistas possam calibrar suas medidas usando outras estrelas.
As medidas do satélite STEREO mostram que Betelgeuse está diminuindo de brilho novamente, um desenvolvimento inesperado logo após o último período de diminuição de brilho. O ciclo de variação de brilho de Betelgeuse dura cerca de 420 dias, e como o mínimo aconteceu em fevereiro de 2020, essa nova diminuição de brilho agora, não era esperada. Essas observações foram relatadas pelos astrônomos no The Astronomer’s Telegram, em 28 de julho de 2020. Esse é um fenômeno intrigante que os cientistas irão estudar com observações adicionais feitas por telescópios em Terra quando Betelgeuse voltar a brilhar nos céus, no final do mês de agosto de 2020.
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