Novas imagens do brilhante Cometa NEOWISE mostram sinais de uma cauda de sódio, dando aos cientistas uma ideia do que pode estar acontecendo na superfície do cometa.
O brilho de um cometa é algo notoriamente difícil de se prever, devido à complexidade da atividade que acontece na sua superfície, assim, qualquer pista sobre os processos que estão se desenrolando por ali é útil para os cientistas. O NEOWISE, formalmente conhecido como cometa C/2020 F3, é um cometa que está bem brilhante para os residentes do hemisfério norte da Terra, mas ninguém sabe como o brilho do cometa irá se comportar, à medida que ele começa a se afastar do Sol e segue o seu rumo para o Sistema Solar externo.
Imagens do cometa foram obtidas no dia 8 de julho de 2020, usando a instalação Input/Output do Planetary Science Institute, que também registrou sódio na cauda semelhante à cauda de cometa em Mercúrio e também na atmosfera de Júpiter em observações passadas.
O NEOWISE e os cometas parecidos com ele, são feitos de poeira, gás e plasma (gás ionizado). À medidas que os cometas se aproximam do Sol, ou vindos do espaço interestelar, ou vindo da parte externa do Sistema Solar, a luz do Sol faz com que o gelo presente no cometa, sublime, ou seja, passa diretamente do estado sólido para o gasoso. À medida que o gelo se torna gás, ele puxa material da superfície do cometa junto com ele.
Os cientistas já tinham uma ideia da atividade cometária, olhando a poeira vinda do cometa, que pode se mover mais rápido se as partículas presentes forem mais finas, porque elas são empurradas mais facilmente pela luz solar. Partículas mais lentas, tendem a ser maiores e mais difíceis de se moverem.
Essas partículas afetam como a forma da cauda do cometa.
Como a poeira, o sódio atômico, também é afetado pela luz do Sol, embora ele sofra mudanças mais específicas.
O momento do sódio atômico vem de um comprimento de onda específico da luz amarela, a mesma cor vista nas lâmpadas de vapor de sódio.
Essa luz é então reemitida em uma direção aleatória, o que permite que nós possamos ver daqui da Terra. “Graças a aceleração causada pela intensa luz solar, a cauda de sódio tem uma forma diferente da forma da cauda vista em imagens filtradas, que são dominadas pela luz refletida pela poeira. Em comparação, a cauda de sódio é mais estreita, mais longa e aponta diretamente para a direção oposta do Sol”, disse Carl Schmidt, um dos autores do trabalho.
Como a força para empurrar o sódio é mais forte do que para empurrar a poeira e outros gases que saem do cometa, isso nos fornece uma diferente perspectiva sobre as condições existentes na superfície do cometa. A cauda de sódio só é observada em cometas muito brilhantes, como o Hale-Bopp, ou o ISON. Embora o elemento seja encontrado no espectro de cometas próximos do Sol, imagens dessa emissão são muito raras, já que o brilho do Sol cria um desafio a mais na hora de observar essa cauda.
No começo do mês de julho de 2020, o Cometa NEOWISE se aproximou do Sol, pela primeira vez em 4500 anos. Para os observadores no hemisfério norte da Terra, ele está facilmente visível no amanhecer, e já começa a ser visível ao entardecer. Embora ele esteja se apagando, quando observado através de binóculos, a sua cauda poderá ser vista até aproximadamente dia 22 de julho de 2020, quando ele passa a 100 milhões de quilômetros da Terra. Os pesquisadores, planejam monitorar à evolução do cometa à medida que ele se afasta do Sol. A equipe está usando modelos computacionais de Monte-Carlo para simular a cauda de sódio do cometa, para poder entender a velocidade e a taxa com a qual o gás está sendo liberado pelo cometa.
Fonte:
https://psi.edu/news/neowisesodiumtail