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26 de novembro de 2024

A MISTERIOSA PULSAÇÃO DO BURACO NEGRO DA VIA LÁCTEA | SPACE TODAY TV EP2222

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Nessa altura do campeonato todo mundo já sabe que no centro da Via Láctea, a nossa galáxia, existe um buraco negro supermassivo, com uma massa de 4 milhões de vezes a massa do Sol.

Bem, os astrônomos sempre falam que existe uma grande evidência, porque ele ainda não foi fotografado, mas todas as observações feitas em raios-X e em ondas milimétricas indicam que sim, exista esse objeto no coração da Via Láctea.

Alguns buracos negros supermassivos, observados pelos astrônomos emitem intensos feixes de radiação, os jatos relativísticos, possuem um disco de acreção, e de tempos em tempos emitem uma radiação mais intensa, e por isso são mais fáceis de serem estudados e detectados.

O buraco negro da Via Láctea, é um tipo calmo de buraco negro, onde não existem essas atividades mais intensas.

Uma vez ou outra, ele engole uma estrela, e emite uma radiação.

Porém, ultimamente os astrônomos começaram a detectar uma certa atividade no Sagittarius A*, que é o nome do nosso buraco negro supermassivo central.

Mas agora usando as antenas do ALMA do ESO no Chile, os astrônomos descobriram algo que pode ser comparado ao batimento cardíaco do nosso buraco negro.

Os astrônomos descobriram uma variação de 30 minutos nas emissões milimétricas emitidas pela região ao redor do buraco negro.

Essa emissão estaria de acordo com algo que está acontecendo na parte interna de um apagado disco de acreção que o buraco negro deve ter, a uma distância de 0.2 UA do centro do buraco negro.

Para os astrônomos essa emissão é causada por pontos quentes formados esporadicamente ao redor do buraco negro, e que emitem intensa radiação nos comprimentos de onda milimétricos.

De acordo com a Teoria Geral da Relatividade, como a velocidade ali é relativístico, quando esse ponto quente está se movendo na direção do observador o seu sinal é amplificado e por isso as antenas do ALMA conseguem detectar.

Os gráficos que vocês estão vendo lembram um eletrocardiograma, por isso parece que o buraco negro Sagittarius A* está pulsando no centro da galáxias.

De acordo com os astrônomos esse tipo de atividade pode afetar a tentativa de imagear o buraco negro.

É como se tivesse alguém passando na frente de uma determinada paisagem ou monumento enquanto você tenta fazer uma foto.

Mas, por outro lado o estudo dessa variação é muito importante para se entender o que está acontecendo com o buraco negro supermassivo da Via Láctea.

Os astrônomos pretendem continuar estudando esse efeito e outros para poder entender melhor como é o ambiente ao redor do coração da nossa galáxia.

Fontes:

https://alma-telescope.jp/en/news/press/sgrae-202005

https://arxiv.org/pdf/2003.08601.pdf

#BLACKHOLE #SAGITTARIUSA #SPACETODAY

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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