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Os buracos negros são além de um dos objetos mais misteriosos do universo, talvez um dos mais importantes, pois a relação que eles têm com a galáxia onde residem é que determina boa parte da evolução da mesma.
E se considerarmos as galáxias como os blocos fundamentais para a constituição do universo, podemos dizer que os buracos negros estão intimamente ligados com isso.
E daí é que vem todo o esforço para tentar entender esses objetos.
Mas como vocês sabem não é algo fácil, eles não emitem luz, estão no centro de galáxias, que é um lugar bem tumultuado, isso faz com que a tecnologia e as técnicas de análise de dados sejam levadas ao limite para poder entender os buracos negros.
Por esse e outros motivos a foto do buraco negro tem uma importância gigantesca na astronomia.
Mas ela é só uma por enquanto, aliás, são poucos os buracos negros que os astrônomos conseguem entender de forma clara, isso quer dizer que, 1 a mais nessa escassa lista aumenta e muito o nosso conhecimento.
Existem determinadas galáxias, as elípticas, que são muito maiores que as espirais e guardam buracos negros realmente supermassivos, como já vimos essa semana, no buraco negro de 40 bilhões de vezes a massa do Sol.
E as galáxias elípticas relativamente próximas de nós são excelentes laboratórios para entendermos os buracos negros.
Uma dessas galáxias é a NGC 3258, localizada a 100 milhões de anos-luz de distância da Terra, e que abriga um buraco negro supermassivo no seu centro.
Uma das principais propriedades que desejamos entender dos buracos negros é a sua massa, quantas vezes ele é mais massivo que o Sol.
Para isso existem diversas técnicas, e, entre elas a observação do movimento de estrelas, nuvens de gás, e discos de poeira ao redor do buraco negro é talvez uma das melhores.
Existe uma região do buraco negro que é chamada de esfera de influência que é onde a sua força gravitacional começa a ficar dominante, que é onde ficam os discos de poeira.
Esses discos são formados na sua maior parte por monóxido de carbono, e o monóxido de carbono emitem radiação no comprimento de onda milimétrico das ondas de rádio e que podem ser registradas na Terra.
Com isso, os astrônomos apontaram as antenas do ALMA do ESO no Chile para a NGC 3258, para tentar observar o disco de poeira ao redor do seu buraco negro.
E conseguiram, não só conseguiram como eles também conseguiram registar o movimento do disco de poeira, e com essas medidas de velocidade, puderam determinar com grande precisão a massa do buraco negro.
O buraco negro da NGC 3258 tem uma massa equivalente a 2.5 bilhões de vezes a massa do Sol.
Essa é considerada uma das medidas mais precisas da massa de um buraco negro supermassivo já feita.
E além disso, esse é considerado, o buraco negro mais massivo já medido pelo ALMA.
O importante de tudo isso é que foi possível mostrar que o ALMA consegue fazer essas medidas.
Agora os pesquisadores querem encontrar outros exemplos, em outras galáxias elípticas e fazer novas medições para conhecer outros buracos negros com maior precisão.
As medidas do ALMA irão continuar nesse buraco negro para tentar melhorar ainda a precisão na definição da sua massa e no impacto que ele pode ter na sua galáxia.
Parafraseando os cientistas, o que acontece dentro do buraco negro, fica no buraco negro, mas o que acontece ao seu redor é crucial para podermos entender o universo.
#BuraoNegro #ALMA #ESO
Fontes: