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27 de novembro de 2024

ERUPÇÃO ESTELAR GIGANTESCA É DETECTADA PELA PRIMEIRA VEZ | SPACE TODAY TV EP.1846

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No nosso Sol, um dos fenômenos mais energéticos que ocorre é a chamada ejeção de massa coronal, ou CME.

As CMEs são caracterizadas por serem um fenômeno altamente magnético.

Mas, obviamente que além do Sol, muitas outras estrelas no universo devem apresentar esse mesmo comportamento.

O problema é detectar esse tipo de atividade em outra estrela.

Para tentar fazer essa detecção inédita, os astrônomos possuem algumas estrelas que são monitoradas.

Uma delas, é a chamada HR 9024 localizada a aproximadamente 450 anos-luz de distância da Terra.

Quando os astrônomos estavam estudando a estrela eles identificaram uma flare que tinha características que fizeram com que eles suspeitassem de que algo mais intenso poderia estar acontecendo.

Os astrônomos analisaram a velocidade do plasma emitido durante a flare e notaram que durante essa atividade, o material aquecido entre 10 e 25 milhões de graus Celsius foi emitido pela estrela a uma velocidade entre 362 mil e 1.5 milhão de km por hora.

Todos esses valores estavam totalmente de acordo com o comportamento esperado à emissão coronal durante uma flare.

Isso mostra que o nosso entendimento sobre as flares está muito bom.

Mas o resultado mais importante dessa observação é outro, depois da flare foi possível detectar a emissão de plasma a uma velocidade constante de 300 mil km/h, um dado que é exatamente o esperado para uma CME a partir dessa flare.

Os astrônomos ainda conseguiram calcular a massa de material emitido durante a CME e esse valor é de 910 milhões de kg, ou 10 mil vezes maior que uma CME emitida pelo Sol.

A velocidade da CME foi menor do que o esperado indicando que o campo magnético em estrelas ativas pode ser menos eficiente ao acelerar CMEs do que no Sol.

Essa é a primeira vez na história que os astrônomos conseguem detectar uma emissão de massa coronal, em outra estrela que não seja o Sol.

Todo esse trabalho foi feito com o Chandra da NASA.

Fonte:

http://chandra.harvard.edu/press/19_releases/press_053119.html

https://arxiv.org/pdf/1905.11325.pdf

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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