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18 de dezembro de 2024

O Distante E Antigo Aglomerado de Galáxias Que Nos Ensina Como o Universo Evoluiu

Pontuando o céu na constelação de Pictor, está o aglomerado de galáxias que é destacado aqui nessa imagem feita pelo Telescópio Espacial Hubble. O aglomerado se chama SPT-CL J0615-5746, ou, para ficar mais simples, SPT0615. Esse aglomerado de galáxias foi descoberto primeiro pelo South Pole Telescope, por isso o SPT no seu nome, a menos de uma década atrás. O SPT0615 é excepcional entre os aglomerados de galáxias já mapeados no universo, ele é o aglomerado de galáxias com o maior redshift para o qual um modelo completo de lente forte já foi detectado e publicado.

O SPT0615 é um aglomerado de galáxias massivo, um dos mais distantes já observado e que é capaz de gerar uma lente gravitacional. A lente gravitacional, ocorre quando a luz de um objeto mais distante é distorcida por uma grande massa localizada entre o objeto e o observador. Entre os objetos distantes identificados, existe um que é chamado de SPT0615-JD, uma galáxia  que acredita-se tenha emergido apenas 500 milhões de anos depois do Big Bang. Isso a coloca entre as estruturas mais primordiais já detectadas a se formar no universo. Essa galáxia também é a galáxia mais distante já imageada através do efeito de lente gravitacional.

Como uma pintura antiga que pode nos dizer sobre o período da história em que ela foi pintada, as galáxias antigas podem nos dizer sobre como era o universo no momento em que elas existiam. Para aprender sobre a história cosmológica, os astrônomos exploram os rincões mais distantes do universo. A luz de objetos distantes viajam até nós de um ponto tão distante que ela leva muito tempo para chegar até nós, significando que ela carrega informações do passado, informações sobre o tempo em que essa luz foi emitida.

Ao estudar esses objetos distantes, os astrônomos estão continuamente preenchendo as lacunas que temos na nossa imagem sobre como era o universo primordial, e descobrindo mais sobre como o universo se desenvolveu até os dias de hoje.

Crédito:

ESA/Hubble & NASA, I. Karachentsev et al., F. High et al.

Fonte:

https://www.spacetelescope.org/images/potw1918a/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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