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27 de novembro de 2024

O BALANÇO DO BURACO NEGRO ESTELAR V404 CYGNI | SPACE TODAY TV EP.1805

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Em 1989, os astrônomos detectaram um buraco negro de massa estelar, pertencente a um sistema binário, conhecido como V404 Cygni, localizado a aproximadamente 8000 anos-luz de distância da Terra.

Buracos negros em sistemas binários, normalmente sugam matéria de sua estrela companheira, e nesse processo, pode acontecer uma grande explosão de radiação de alta energia e material.

E foi graças a essa explosão que os astrônomos conseguiram identificar o buraco negro.

Esse buraco negro ficou dormente por 25 anos, quando em 2015, acrodou novamente, se tornando por um curto espaço de tempo o objeto mais brilhante em raios-X de alta energia no céu observável.

Mas aí, meu amigo, em 2015, os astrônomos já tinham uma frota de observatórios espaciais que observavam o céu nos raios-X e todos eles foram apontados para o objeto para estudar ao máximo esse fenômeno.

E agora, 4 anos depois do registro da explosão de 2015, um artigo foi publicado na revista Nature, revelando os detalhes dessa explosão e mostrando surpresas sobre o comportamento desse monstro cósmico.

Os astrônomos usaram as antenas do Very Large Baseline Array para observar o jato de partículas em ondas de rádio e outros observatórios espaciais como o Integral da ESA para observar os raios-X de alta energia.

Com isso os astrônomos conseguiram observar uma região de 10 milhões de quil6ometros de largura no disco de acreção.

Os astrônomos conseguiram observar o objeto por 4 semanas com o Integral.

Com isso, os astrônomos puderam construir a imagem perfeita da situação.

Os dados de raios-X mostraram onde a parte interna do disco de acreção está inclinada com relação ao resto do sistema.

Isso se deve, provavelmente à rotação do buraco negro que está inclinada com relação à estrela companheira.

Uma possibilidade para esse desalinhamento é o kick que o buraco negro recebe durante a explosão de supernova que deu origem a ele.

Essas observações estão de acordo com simulações computacionais que mostram o fluxo de acreçaão na vizinhança do buraco negro e o jato relativístico girando juntos.

Esse tipo de estudo é crucial para entendermos o funcionamento dos buracos negros, como sabemos, o buraco negro da foto, o da M87 possui um jato relativístico, e os astrônomos querem saber como ele se forma, e como é a física ali, observação de buracos negros de massa estelar podem ajudar a entender um pouco sobre esse comportamento misterioso dos objetos mais intrigantes do universo.

#BuracoNegro #V404Cygni

Fontes:

https://www.esa.int/Our_Activities/Space_Science/Scientists_get_to_the_bottom_of_a_spitting_black_hole

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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