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O principal objetivo da missão do lander InSight da NASA em Marte, que lá chegou em Novembro de 2018, é medir o fluxo de calor na subsuperfície de Marte e a sua atividade sísmica. Isso não está indo como planejado, pois Marte está muito calmo, mas o módulo está usando um dos seus sensores menos importantes para fazer as primeiras medidas do campo magnético de Marte, desde a sua superfície, o que pode ajudar na descoberta de água na subsuperfície marciana.
O principal instrumento da InSight, seu sismômetro, ainda não registrou sinal de sismos marcianos. A sonda de calor, chamada de “O Mole”, está desenvolvida para perfurar 3 metros a superfície marciana antes de começar a adquirir dados, mas ela encontrou uma rocha inesperada a menos de 50 centímetros da superfície e então parou de perfurar.
Então entrou na jogada o magnetômetro, que nem foi desenvolvido para estudar Marte diretamente. “Ele não foi enviado para fazer ciência, ele foi enviado para medir qualquer coisa que pudesse afetar as medidas do sismômetro”, disse Catherine Johnson, cientista da InSight. “Mas nós estamos usando ele para fazer ciência de qualquer forma”. Os primeiros resultados foram apresentados na Lunar and Planetary Science Conference, no Texas, em 19 de Março de 2019.
Diferente da Terra, Marte não tem um campo magnético global, mas ele provavelmente teve um no passado do planeta, o que levou a magnetizar rochas na crosta do planeta. As correntes elétricas criadas pelas partículas carregadas do Sol podem gerar pequenos campos magnéticos nessas rochas, que o magnetômetro da InSight pode medir.
“Nós podemos usar essas medidas para saber quanta água está presa nas rochas”, disse Johnson. “O quão magnetizado é uma rocha é proporcional ao tipo de material dela, além disso, mostra o quanto o campo magnético no passado era intenso nessas rochas”.
Nós não fomos capazes de fazer isso no passado pois sondas na órbita só podem detectar campos magnéticos que se propaguem no espaço. “Embora tenhamos alguma ideia a partir das observações das sondas, nós só sabemos sobre campos magnéticos na escala de centenas de quilômetros ou mais”, disse Johnson. Devido a esse viés de escala, nós pensamos que campos magnéticos na superfície seriam 10 vezes mais fracos do que aqueles que a InSight pudesse detectar.
Até o momento só temos alguns meses de medidas, mas como o magnetômetro da InSight continua a coletar dados, ele pode ser capaz de determinar quanta água está dentro dos minerais na subsuperfície de Marte e quão intenso era o campo magnético primordial. A perda do campo magnético é provavelmente a principal razão pela qual a atmosfera ficou fria e seca, ou seja, com esse estudo é possível entendermos porque Marte é tão diferente da Terra hoje.
Fonte:
[https://www.newscientist.com/article/2197413-nasas-insight-lander-is-using-magnetism-to-search-for-water-on-mars/]