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A cerca de 4.6 bilhões de anos atrás, o Sistema Solar nascia ao redor da nossa estrela, o Sol.
No cenário considerado o mais provável para a formação do nosso Sistema Solar, um disco de gás e poeira se formou ao redor do Sol, o chamado disco protoplanetário, com o passar do tempo regiões nesse disco foram se aglutinando formando os planetas, quando os planetas tinham um determinado tamanho eles começaram então a limpar a região onde estavam localizados, criando o que chamamos de gaps no disco protoplanetário, os planetas foram crescendo, esses gaps aumentando até termos a configuração que temos hoje.
Essa é uma história super resumida da formação do Sistema Solar, mas ela basta, para o nosso objetivo aqui.
Se os astrônomos desejam encontrar sistemas planetários se formando eles devem observar estrelas, relativamente jovens e buscar nessas estrelas esses discos, sejam eles inteiros ou com seus gaps.
Existem determinadas regiões do céu que já são demarcadas como regiões de formação de estrelas, ou seja, estrelas estão sendo formadas, e algumas delas podem ter esse disco protoplanetário a sua volta.
Uma delas é conhecida como a região de formação de estrelas de Taurus, ou melhor dizendo, a Nuvem Molecular de Taurus.
Os astrônomos então pegaram as antenas do ALMA do ESO e apontaram para essa nuvem. E o que eles descobriram foi realmente incrível.
Uma coisa que não falei é que esses discos e esses gaps podem nem sempre ser planetas, essas feições podem estar relacionadas, a mudanças químicas que acontecem no momento de formação da estrela, entre outras coisas.
Então, a primeira coisa que os astrônomos têm que fazer é eliminar essas características, para que a maior probabilidade seja a da formação de planetas.
Voltando para a Nuvem Molecular de Taurus, os astrônomos descobriram 12 discos protoplanetários em 32 estrelas, que apresentam gaps, anéis e outras estruturas que são explicadas pela formação de planetas.
Detectar os planetas de forma individual é impossível, pois o brilho da estrela não permite, mas estudando o disco, os anéis formados e os gaps deixados pelos prováveis planetas, os pesquisadores conseguem ter uma boa ideia do que eles estão observando.
Nesse caso, os astrônomos identificaram que 2 dos discos podem estar dando origem a planetas parecidos com Júpiter, ou seja, gigantes gasosos.
Nos outros discos a probabilidade maior é que os planetas que estão se formando sejam do tamanho de Netuno ou super-Terras, planetas com 20 vezes a massa da Terra e rochosos, seriam os mais comuns ali.
E isso é fascinante, pois é a primeira vez que a estatística de exoplanetas, que diz que os planetas mais comuns são as super-Terras ou os do tamanho de Netuno, coincide com a observação.
A busca por exoplanetas, normalmente se dá em estágios mais avançados, quando os planetas já estão formados, já que é praticamente impossível penetrar nas nuvens de poeira e gás e fazer imagens desses planetas.
Essa pesquisa, porém, está um estágio antes, ela mostra planetas que ainda não estão maduros, mostra os planetas nos seus primeiros estágios de formação e isso é fundamental para entendermos como sistemas planetários nascem e até mesmo para confirmarmos como o nosso Sistema Solar se formou.
Os pesquisadores farão outras investidas com o ALMA em outra configuração para tentar encontrar mais discos, ou mais estruturas nos discos.
Como eu digo sempre, o ALMA está revolucionando a maneira como entendemos a formação de planetas e de sistemas planetários, é realmente incrível.
#ALMA #ESO #Planetas #DiscosProtoplanetários
Fonte:
https://uanews.arizona.edu/story/unknown-treasure-trove-planets-found-hiding-dust
ARtigo: