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Existe um objeto astronômico chamado de aglomerado globular de estrelas.
Esse objeto possui centenas de milhares de estrelas empacotadas numa pequena porção do espaço.
É um objeto fundamental para se entender a evolução e até mesmo a formação das galáxias, pois ele é formado pelas estrelas mais antigas, estrelas que podem ter até a mesma idade do universo.
Provavelmente foi ou com a fusão desses aglomerados, ou pelo canibalismo de galáxias outrora menores com esses aglomerados que as galáxias como a Via Láctea nasceram e evoluíram.
Outro detalhe importante, os aglomerados globulares podem abrigar também o tipo mais raro de buraco negro, os buracos negros de massa intermediária.
O problema, não existem tantos assim, na Via Láctea, por exemplo, existem menos de 200 aglomerados globulares identificados.
Descobrir um objeto desses não é algo fácil, eles ficam vagando pelo centro galáctico, uma região conhecida como bulbo, uma região repleta de poeira e gás o que dificulta e muito a identificação desses objetos.
Mas agora recentemente, um astrônomos brasileiro, o Denilso Camargo do Colégio Militar de Porto Alegre, fez a descoberta de 5 novos aglomerados globulares da Via Láctea.
Para fazer essa descoberta ele utilizou dados do WISE, do 2MASS e os novos dados da missão GAIA.
Os aglomerados foram chamados de Camargo 1102, 1103, 1104, 1105 e 1106.
Esses aglomerados apresentam estrelas que possuem idades entre 12.5 e 13.5 bilhões de anos.
O 1102 está localizado sobre a barra da Via Láctea a uma distância de 26700 anos-luz do Sol e a 2800 anos-luz acima do centro.
Os outros aglomerados estão localizados a distâncias que variam de 14700 a 18900 anos-luz do Sol, e entre 6800 e 11700 anos-luz do centro galáctico.
Um dos maiores problemas para a astronomia galáctica é entender a evolução e a formação do bulbo galáctico, e esse problema só pode ser resolvido com a descoberta dos aglomerados globulares.
É estudando as propriedades desses aglomerados que os astrônomos serão capaz de traçar a história dessa região central da Via Láctea, pois os aglomerados globulares funcionam como verdadeiros fósseis galácticos.
Além disso, descobrir novos aglomerados globulares e estudar suas propriedades é algo essencial para melhorar o nosso conhecimento sobre a história da Via Láctea e ajudar a caracterizar o seu atual estado evolucionário.
Um trabalho realmente espetacular e de suma importância para a astronomia, para o conhecimento da nossa galáxia e para o estudo da evolução galáctica.
Como eu disse, os dados da missão Gaia nos ajudarão e muito a melhor entender o universo.
Parabéns para o Denilso, um grande astrônomo que o Brasil possui e que faz trabalhos espetaculares.
Fonte:
http://www.sci-news.com/astronomy/globular-clusters-milky-way-bulge-06163.html
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