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23 de novembro de 2024

Físico Teórico Cria Modelo Alternativo Aos Buracos Negros – Space Today Ep.1166

Quando as estrelas de grande massa chegam ao fim de suas vidas, nós basicamente sabemos o que acontece, elas explodem em supernovas, e o núcleo que resta continua seu destino se transformando numa estrela de nêutrons, ou num buraco negro, dependendo da massa desse caroço estelar.

Não sei se vocês sabem mas existem explicações alternativas para esse destino do resto estelar que sobra depois da explosão de uma supernova.

Uma dessas explicações é a Gravastar e a outra é a Estrela Negra.

O que rege basicamente essas explicações alternativas são flutuações quânticas que foram incorporadas ao processo de fim de vida de estrelas massivas.

No caso das gravastars, no núcleo acontecem grandes flutuações quânticas que empurram a matéria ordinária para fora formando uma camada ultra-fina na superfície.

No caso das Estrelas Negras, existe um equilíbrio entre a matéria ordinária e as flutuações quânticas em toda a estrurutura do objeto.

Se tudo isso já não fosse estranho o suficiente, um pesquisador chamado Carballo-Rubio publicou um artigo dando outra alternativa para o final da vida de estrelas de grande massa.

Para chegar nisso ele derivou as equaçòes que combinam a relatividade geral e a mecânica quântica de modo que as flutuações quânticas são levadas em consideração.

Com isso ele descobriu soluçòes que equilibram a gravidade atrativa e negativa para as massas estelares que poderiam produzir buracos negros.

Ele chamou essas estrelas de Estrelas Relativísticas Semiclássicas, que são objetos compactos que não se colapsam por completo sobre seu próprio peso para formar um horizonte de eventos e então não formam buracos negros.

Também chamadas de Estrelas de Carballo-Rubio, elas seriam uma versão híbrida das Estrelas Negras e dos Gravastars.

Por um lado, tanto a matéria como as flutuações quânticas estão presentes na estrutura, e por outro lado elas apresentam dois elementos distintos, o núcleo e um envelope ultra-fino.

Se essas estrelas existem ou não na vida real, são outros 500.

Elas podem ser muito instáveis e existir por um tempo muito curto.

Talvez a única maneira de provar a sua existência será quando os novos detectores de ondas gravitacionais, mais sensíveis estarem disponíveis.

E se forem provadas elas revolucionariam o que se tem hoje sobre as estrelas de grande massa no universo, um tema cada vez mais intrigante.

Para quem não sabe, esse é o trabalho de um físico teórico, trabalhar em cima de equações e modelos existentes, buscando soluções alternativas e testando-as.

Fonte:

http://www.skyandtelescope.com/astronomy-news/physicist-proposes-new-black-hole-alternative/

Artigo:

https://arxiv.org/pdf/1706.05379.pdf

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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