Desde o início da era espacial, no final dos anos 50 e começo dos anos 60 quando quem dominava esse cenário eram os EUA e a Rússia, a China também já tinha interesse em mandar o homem para o espaço.
Enquanto as duas grandes nações espaciais da época, já faziam suas missões conjuntas, isso em meados da década de 1970, a China trabalhava secretamente, na sua cápsula espacial para uma única pessoa, chamada de Shuguang-1.
Nesse período a China chegou a selecionar 19 astronautas para o programa, que foi cancelado em 1972 por razões políticas.
Nas décadas seguintes, de 1980 e 1990, a China continou estudando a possibilidade de mandar o seu primeiro astronauta para o espaço, que na China é chamado de Taikonauta.
Tinha início então o programa Shenzhou que fez seu primeiro lançamento robótico em 1999 e em 15 de Outubro de 2003 a bordo da nave Shenzhou-5 mandou o primeiro taikonauta para uma viagem de 21 horas no espaço, o Yang Liwei.
Isso fez da China, somente a terceira nação a mandar de forma independente astronautas para o espaço.
Em 2005, a China lançou sua primeira cápsula com dois taikonautas e em 2008 sua primeira missão com 3 taikonautas realizando a primeira caminhada espacial do país.
Com essa parte dominada, ou seja, com a capacidade de lançar pessoas para o espaço e trazê-las de volta com segurança, a China começou a pensar um pouco além.
E seguindo os passos das estações espaciais Salyut, Skylab, MIR e ISS, em 29 de Setembro de 2011, a bordo de um foguete Long March 2F a China lançava para o espaço a sua estação espacial a Tiangong-1.
Pesando 8.5 toneladas, com 10.4 metros de comprimento e 3.4 metros de largura, a estação possui um módulo de experimentos, onde os astronautas vivem e trabalham e um módulo que contém os tanques de propelentes e os motores.
Ela foi colocada numa órbita a 350 km de altura, um pouco mais baixa que a ISS, e dois painéis solares alimentam de energia a estação, que pode abrigar até 3 taikonautas.
O primeiro objetivo do módulo foi fazer a China treinar o acoplamento no espaço, que é fundamental para qualquer um que queira construir algo na órbita da Terra, ou em qualquer lugar do espaço.
Como a Tiangong-1 foi programada para durar inicialmente 2 anos, um intenso programa de visitas foi iniciado.
Em Outubro de 2011, a nave Shenzhou-8 não tripulada se acoplou com a estação.
Depois, em Junho de 2012, a nave Shenzhou-9 levando 3 taikonautas, incluindo a primeira mulher chinesa no espaço visitou a estação.
E em Junho de 2013 uma segunda tripulação de 3 taikonautas a bordo da Shenzhou-10 também se acoplou a Tiangong-1.
Desde então nenhuma outra missão tripulada visitou a estação chinesa.
Os dados adquiridos pela estação ajudaram muito a China, a monitorar seus oceanos e florestas, além de ter ajudado de forma decisiva no desastre de inundação de Yuyao de 2013.
Em Março de 2016, os oficiais chineses pararam de receber sinais da Tiangong-1, e desde então o seu destino é incerto.
De acordo com as últimas notícias e cálculos realizados, ela deve reentrar na atmosfera terrestre em 3 de Abril de 2018, com um erro de uma semana para mais ou para menos.
A estação deve queimar totalmente na atmosfera, porém existe uma pequena probabilidade de alguns detritos sobreviverem e atingirem o solo do planeta.
Existe um mapa prévio da probabilidade onde a Tiangong-1 deve reentrar, a área em azul no mapa mostra a região com probabilidade 0, em verde a área com baixa probabilidade e em amarelo a região de alta probabilidade.
A maior parte dessa área está sobre o oceano e pelos cálculos feitos até o momento a chance de um detrito da Tiangong-1 atingir alguém é quase nula.
Mesmo com a sua primeira estação muda no espaço, a China mandou em 15 de Setembro de 2016, a sua segunda estação espacial, a Tiangong-2, para continuar testando a tecnologia.
Entre Outubro e Novembro de 2016, uma tripulação de Taikonautas visitou a estação a bordo da Shenzhou-11.
E depois disso, em Abril, Juno e Setembro de 2017, uma nave de carga chamada Tianzhou-1 se acoplou de forma automática na estação, testando não só o acoplamento como também o abastecimento no espaço.
O último acoplamento aconteceu numa viagem de apenas 6.5 horas até a estação.
Agora nos resta esperar o destino da Tiangong-1 e acompanhar os avanços da China que diz que em 2019/2020 quer dar início à construção de uma verdadeira estação espacial com múltiplos módulos e múltiplas propostas no espaço.
Fonte: