Nós falamos muito aqui sobre os últimos sobrevoos da sonda Cassini em Encélado, mas só agora que começam a chegar os dados, e as imagens começam a ser processadas. E elas não estão decepcionando, apresentam feições espetaculares com um grau de detalhe nunca antes conseguido. Essa imagem, por exemplo, revisita uma paisagem e um mistério que originalmente foi identificado a mais de 10 anos atrás.
Em imagens de Encélado, capturadas pela Cassini num sobrevoo realizado em 2005, os cientistas notaram pequenas manchas escuras de uma natureza incerta (essa imagem está abaixo). Observando as mesmas feições nessa nova imagem em cores falsas, com uma resolução maior, novas ideias começaram a surgir. As manchas são evidentemente grandes e relativamente escuras protrusões de gelo do embasamento sólido e blocos de gelo dispersos tanto ao redor da proeminente cadeia de montanhas que cruza a imagem de norte a sul, como na própria cadeia montanhosa. Os blocos de gelo têm tamanhos variados de dezenas a centenas de metros.
A imagem em cor falsa foi feita através de um filtro ultravioleta centrado em 338 nanômetros para o azul, um filtro verde centrado em 568 nanômetros para o verde e um filtro infra-vermelho próximo centrado em 930 nanômetros para o vermelho, com isso foi possível cobrir uma região do espectro muito mais vasta do que aquela coberta pelo olho humano.
Como em imagens anteriores de Encélado feitas usando a mesma combinação de filtros coloridos, as feições esverdeadas representam grãos mais grossos ou gelo sólido. Exposições desse tipo de gelo são também encontradas nas paredes das fraturas e nos vales nessa cena e em qualquer lugar de Encélado.
Para um observador localizado na superfície do satélite, a proeminente cadeia de montanha norte-sul apareceria como afloramentos de rocha triangulares congelados, mas provavelmente com um ângulo de mergulho menor do que os exemplos encontrados na Terra. A linha exposta de blocos de gelo ao longo da crista da cadeia pode fazer com que ela se pareça um pouco com uma cadeia estreita com flancos íngremes, normalmente com afloramentos rochosos verticais ao longo do topo.
Em Encélado, como não existe vento para remover as partículas de gelo soltas, ou fazer com que caia um tipo de neve no satélite, os blocos sólidos provavelmente são removidos por alguma combinação de movimento de particulados talude abaixo, e talvez, sublimação.
Essa imagem tem uma escala espacial de 67 metros por pixel, no seu centro, o que é aproximadamente o dobro da resolução da imagem anterior de 2005.
Esse terreno fica localizado no lado do satélite voltado para Saturno, a poucos graus do seu equador. A imagem foi rotacionada para que o norte em Encélado fique para cima. Essa imagem foi obtida pela câmera de ângulo restrito da sonda Cassini no dia 19 de Dezembro de 2015.
A missão Cassini é um projeto cooperativo da NASA, ESA e da Agência Espacial Italiana. O Laboratório de Propulsão a Jato, uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, gerencia a missão para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. O módulo orbital Cassini e suas duas câmeras de bordo foram desenhadas, desenvolvidas e montadas no JPL. O centro de operações de imageamento fica baseado no Space Science Institute em Boulder, no Colorado.
Para mais informações sobre a missão Cassini-Huygens, visite:
e
O site da equipe de imageamento da sonda Cassini é:
Fonte:
http://www.jpl.nasa.gov/spaceimages/details.php?id=PIA20017