Após cuidadosas considerações e análises, o Hubble Space Telescope Time Allocation Commettee recomendou usar o Hubble para pesquisar por um objeto que a sonda New Horizons da NASA possa visitar depois de seu sobrevoo por Plutão em 2015.
A pesquisa planejada pesquisará uma pequena área do céu na busca por um objeto do Cinturão de Kuiper, ou um KBO, para que a sonda New Horizons visite. O Cinturão de Kuiper é um vasto campo de corpos congelados, resquícios da formação do Sistema Solar que ocorreu a cerca de 4.6 bilhões de anos atrás. Um KBO nunca foi observado em detalhe pois o cinturão é muito distante do Sol, se esticando a uma distância de 5 bilhões de milhas nas fronteiras do Sistema Solar, uma região jamais observada.
“Eu fico feliz de saber que nosso processo de revisão científica chegou a um consenso, de como efetivamente usar as capacidades únicas do Hubble para suportar os objetivos científicos da missão da New Horizons”, disse Matt Mountain, diretor do Space Telescope Science Institute (STScI) em Baltimore, Maryland.
A execução completa da busca por um KBO é contingente em vista dos resultados obtidos de uma observação piloto feita com o Hubble e fornecida pelo tempo estabelecido para o diretor.
O telescópio espacial irá vasculhar uma área do céu na direção da constelação de Sagittarius, para tentar identificar qualquer objeto orbitando no Cinturão de Kuiper. Para discriminar entre um KBO e um amontado de estrelas em Sagittarius, o telescópio se voltará para a taxa prevista com a qual os KBOs se movem contra o fundo estrelado. Nas imagens resultantes, as estrelas estarão mostradas como rastros, mas qualquer KBO que ali apareça aparecerá como um objeto pontual.
Se a observação de teste identificar pelo menos dois KBOs de um brilho específico, ela demonstrará estatisticamente que o Hubble tem a chance de encontrar um KBO apropriado para a visita da New Horizons. Nesse ponto, uma alocação adicional de tempo de observação fará com que a pesquisa continue por um campo de visão aproximadamente do tamanho da Lua Cheia.
Os astrônomos ao redor do mundo aplicam para obter tempo de observação no Telescópio Espacial Hubble. A competição por tempo no telescópio é extremamente intensa e o tempo de observação requisitado excede significantemente o tempo disponível para um determinado ano. As propostas precisam tratar de questões astronômicas significantes que só podem ser resolvidas com as capacidades únicas do Hubble e que estejam além das capacidades dos telescópios terrestres. As propostas são revisadas anualmente por um comitê de especialistas, que buscam pela melhor ciência possível que pode ser conduzida pelo Hubble e as recomendam para o diretor do STScI, com um programa dividido em investigações, pequenas, médias e grandes.
Apesar do Hubble ser poderoso o suficiente para ver galáxias localizadas nos confins do universo, descobrir um KBO é um desafio. Um KBO típico localizado ao longo da trajetória da New Horizons pode ser do tamanho de uma pequena ilha e ser tão escuro quanto carvão.
Mesmo antes do lançamento da New Horizons em 2006, o Hubble tem fornecido apoio consistente para essa missão na borda do Sistema Solar. O Hubble foi usado para descobrir quatro pequenas luas orbitando Plutão e seu objeto companheiro binário Caronte, fornecendo novos alvos para melhorar o retorno científico da missão. E o Hubble tem fornecido a pesquisa mais sensível já feita na busca de anéis de poeira ao redor de Plutão. O Hubble também tem feito um mapa detalhado da superfície do planeta anão, que os astrônomos estão usando para planejar as fotos de reconhecimento de detalhe da New Horizons.
Em adição à exploração de Plutão, recentes observações do Sistema Solar feitas com o Hubble descobriram um novo satélite ao redor de Netuno, tem pesquisado a magnetosfera dos planetas gasosos gigantes, encontrado as evidências circunstanciais da presença de oceanos em Europa, e descoberto casos estranhos de asteroides desintegrando-se bem diante de seus olhos. O Hubble tem apoiado numerosas missões da NASA a Marte, monitorando as mudanças sazonais atmosféricas do Planeta Vermelho. O Hubble tem feito observações complementares para apoiar a missão da sonda Dawn aos asteroides Vesta e Ceres, e também apoiado sobrevoos a cometas. Aproximadamente a 20 anos atrás em Julho de 1994, o Hubble documentou pela primeira vez na história a colisão de pedaços de um cometa, o Shoemaker-Levy 9, com o planeta Júpiter.
“A pesquisa planejada por um alvo para a New Horizons demonstra como o Hubble está sendo usado efetivamente para apoiar o reconhecimento inicial da humanidade sobre o Sistema Solar”, disse Mountain. “Da mesma forma é uma prévia de como as poderosas capacidades do Telescópio Espacial James Wbb irão reforçar a ciência planetária. Nós estamos animados pelo potencial de ambos os observatórios nas descobertas e na exploração do Sistema Solar”.
Fonte:
http://hubblesite.org/newscenter/archive/releases/2014/29/full/