Os cientistas reconstruíram um impacto de asteroide ocorrido a muito tempo atrás que faz com que o impacto que provavelmente extinguiu os dinossauros da Terra, a 65 milhões de anos atrás, pareça um carinho no queixo.
A enorme colisão aconteceu 3.26 bilhões de anos atrás e envolveu um asteroide de 37 a 58 quilômetros de diâmetro – algo em torno de 4 a 6 vezes maior do que o asteroide responsável pelo fim dos dinossauros. O impacto criou uma cratera de cerca de 500 km de largura e gerou ondas sísmicas mais poderosas do que aquelas produzidas por qualquer outro terremoto na Terra.
O impacto do asteroide foi maior do que qualquer outro nos último bilhão de anos, disse Jay Melosh da Universidade de Purdue que não estava envolvido nesse novo estudo.
Os pesquisadores Norman Sleep e Donald Lowe, ambos da Universidade de Stanford, mapearam os detalhes do choque cataclísmico depois de estudarem as rochas na região da África do Sul conhecida como o Greenstone Belt de Barberton.
A rocha espacial provavelmente atingiu a Terra longe da formação Barberton, num local que os pesquisadores podem nunca determinar. Mas o impacto deixou seu registro nas rochas da África do Sul e em toda a Terra, corrompendo a crosta do planeta e possivelmente estimulando a transição de um regime tectônico inicial para um sistema mais moderno como as placas tectônicas que prevalecem até hoje.
“Isso dá um apoio significante para a ideia de que o impacto pode ter sido o responsável pela mudança do regime tectônico da Terra”, disse o geólogo Frank Kyte da UCLA, que não é membro da equipe do estudo.
A violenta colisão provavelmente representou um grande desafio para a vida na Terra, que se desenvolveu a 3.8 bilhões de anos atrás. O céu pode ter sido preenchido por partículas de poeira e o clima ficou terrivelmente quente, enquanto as camadas superiores do oceano podem ter fervido, dizem os pesquisadores.
O impacto do asteroide pode ter dizimado uma grande porcentagem das formas de vida do planeta, desocupando nichos, que posteriormente foram ocupados pelos sobreviventes.
“Nós estamos tentando entender as forças que moldaram o nosso planeta no início da sua evolução e os ambientes onde a vida desenvolveu”, disse Lowe.
Embora esse impacto tenha sido incrivelmente dramático, provavelmente ele não foi o único. Pelo contrário, ele foi um dos muitos choques que ocorreram durante um período chamado de Late Heavy Bombardment, que começou a cerca de quatro bilhões de anos atrás e durou talvez um bilhão de anos.
Esse período de bombardeamento pesado também afetou outros corpos do Sistema Solar interno, criando enormes buracos em Marte, Vênus, Mercúrio e na Lua da Terra.
O novo estudo foi aceito para ser publicado na revista Geochemistry, Geophysics, Geosystems.
Fonte:
http://www.space.com/25430-asteroid-impact-bigger-dinosaur-extinction.html