Parece que os anúncios de exoplanetas recém-descobertos estão ocorrendo quase que semanalmente nos dias de hoje – 961 confirmados, de acordo com a última contagem – mas a caçada continua para se encontrar um mundo verdadeiramente parecido com a Terra. E mesmo com 20 exoplanetas categorizados como sendo “potencialmente habitáveis”, a determinação real da capacidade desses planetas abrigarem a vida como nós conhecemos somente acontecerá com a investigação de suas atmosferas, uma tarefa complicada considerando a proximidade inerente dos mundos habitáveis a suas estrelas.
Quando você percebe que o diâmetro do Sol é 109 vezes maior que o da Terra, você pode imaginar o quão difícil seria registrar o nosso próprio planeta coberto de vida até mesmo de uma distância cósmica moderada.
Nesse ponto é onde entra o starshade da NASA. Como uma enorme flor de origami, a starshade trabalharia numa tenda com um telescópio espacial para bloquear o brilho das estrelas alvos, permitindo que seus planetas fossem observados diretamente e suas atmosferas poderiam então ser estudadas com detalhes impressionantes.
O segredo está nas pétalas da starshade, que, uma vez que estiverem abertas terão 34 metros de diâmetro, estão sendo desenhados especificamente para reduzir a distorção da luz ao redor das bordas.
“Menos distorção da luz significa que a sombra da starshade é muito escura, assim, o telescópio pode fazer imagens dos planetas sem ser atrapalhado pela luz das estrelas”, disse o Dr. Stuart Shaklan, engenheiro chefe do projeto starshade no Laboratório de Propulsão a Jato.
Lançada juntamente com um telescópio espacial, a starshade usaria então um sistema de propulsão a bordo para posicioná-la à frente do telescópio e entre os alvos de observação. De maneira alternativa, ela também poderia ser usada com telescópios existentes, como o Telescópio Espacial James Webb que está programado para ser lançado em 2018.
Pode ser que a flor poderosa é o que a NASA precisa para registrar o verdadeiro irmão gêmeo da Terra.
“A missão starshade permitiria que fosse possível imagear diretamente exoplanetas do tamanho da Terra, rochosos, algo que não poderia ser feito do solo”, disse Jeremy Kasdin, um professor de Princeton e o principal pesquisador do projeto starshade. “Nós seremos capazes de mostrar para as pessoas uma foto de um ponto e explicar que aquele ponto é uma outra Terra”.
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