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17 de novembro de 2024

A Cratera Quadrada Lavoisier A na Lua

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observatory_1501052Por que a grande maioria das crateras, até mesmo na Terra, são circulares? Em estudos de laboratórios, os cientistas têm mostrado que somente os impactos que acontecem de maneira muito oblíqua, com ângulos de menos de 10 graus com relação ao horizonte, produzem crateras elípticas. A energia cinética de um objeto que se choca, supera e muito a energia de uma bomba nuclear. A energia é transferida para o material alvo por uma onda de choque, e as ondas de choque produzidas por um impacto, seja ele oblíquo ou direto, se propagam de forma hemisférica. Essa forma significa que a energia está sendo igualmente distribuída em todas as direções, resultando num vazio hemisférico e então em crateras circulares. Contudo, condições na natureza nem sempre imitam o que acontece em laboratórios. De fato, algumas crateras, são quase que quadradas. Uma porção do anel da cratera Lavoisier A conta uma história da geologia antes do impacto. A cratera Lavoisier A é uma cratera quadrada com um diâmetro aproximado de 26 km, encontrada na porção noroeste do Oceanus Procellarum.

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Acredita-se que boa parte da forma da Lavoisier A se deve a uma junção pré-existente ou falhas que ocorreram na rocha atingida. Essas descontinuidades criam zonas de fraqueza, que afetam como as ondas de choque viajam através do material. Nós encontramos crateras quadradas em outros corpos planetários como no asteroide Eros (abaixo) e até mesmo na Terra.

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Um exemplo de uma cratera quadrada que tem sido muito estudada é a Cratera de Meteoro no Arizona (abaixo). Essa cratera se formou em camadas de rochas sedimentares que tinham junções verticais ortogonais percorrendo o terreno abaixo de onde a cratera foi formada. As junções corromperam as ondas de choque que fluíam em certas direções, impedindo assim, a formação de uma cratera circular. Outro indicativo da fraqueza dentro das camadas atingidas é a aparência da porção nordeste do anel da cratera. Ele parece como se uma camada de rocha tivesse sido desmascarada.

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Fonte:

http://lroc.sese.asu.edu/news/index.php?/archives/865-Square-ish-Crater.html

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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