Chegou a hora, ou melhor, já passou da hora de aceitarmos a realidade: O Cometa ISON está morto.
O Cometa ISON se partiu durante seu altamente antecipado sobrevoo pelo Sol que aconteceu no último dia 28 de Novembro, emergindo depois como uma nuvem difusa de poeira que então se dissipou totalmente na escuridão do espaço profundo, disseram os cientistas.
“No momento, aparentemente não existe mais nada”, o especialista em cometas Karl Battans do U.S. Naval Research Laboratory em Washington, D.C., disse no congresso anual da American Geophysical Union. “O cometa ISON está morto, e sua memória irá sobreviver”.
O Cometa ISON que foi descoberto por dois astrônomos amadores russos em Setembro de 2012, estava fazendo sua primeira viagem pelo Sistema Solar interno, desde a distante e gelada Nuvem de Oort. O cometa passou a apenas 1.1 milhões de quil6ometros acima da superfície do Sol no dia 28 de novembro de 2013.
A jornada do Cometa ISON pelo periélio foi seguida de perto pelos observadores, mantiveram até o último momento a esperança de que o cometa pudesse sobreviver e nos proporcionar um verdadeiro show nos céus, e pelos cientistas que esperavam observar gases evaporando do ISON e assim tentar aprender mais sobre a composição e a estrutura do cometa.
Ambos os grupos tinham a esperança de fazer campanhas de observações depois que o cometa passasse pelo periélio, mas o Cometa ISON não pôde sobreviver ao intenso calor e à poderosa atração gravitacional do Sol.
“Parece que a produção de poeira parou quando o cometa alcançou o periélio”, disse Geraint Jones da University College London. “O cometa continuou a se apagar depois do periélio, à medida que ele se movia para longe do Sol”.
O ISON chegou a dar uma tentadora pista de que pudesse estar intacto, brilhando de forma considerável poucas horas depois da sua passagem pelo periélio. Mas isso foi simplesmente consequência da dinâmica orbital e nada mais, disse Jones.
A nuvem de fragmentos do Cometa ISON provavelmente se esticou à medida que o objeto atingia o periélio, com os pedaços mais anteriores acelerando com relação àqueles mais atrás, explica Jones. Isso pode ter feito com que o ISON apagasse, e então brilhasse novamente, porém brevemente à medida que os fragmentos se aglomeraram novamente do outro lado do Sol.
O comportamento dos cometas é algo incrivelmente difícil de se prever, assim é muito complicado se saber exatamente por que o ISON não sobreviveu. Mas a sua desintegração pode ter algo a ver com o tamanho relativamente pequeno do cometa. Observações recentes feitas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, ou MRO da NASA, sugerem que o núcleo do ISON tinha entre 100 e 10000 metros de diâmetro.
“Ele era provavelmente menor do que 600 metros em diâmetro”, disse Alfred McEwen da University of Arizona, principal investigador da poderosa câmera HiRISE da sonda MRO. “E de cometas do tipo sungrazer anteriores, àqueles que eram menores do que meio quilômetro, não sobreviveram”.
Enquanto Battams e outros especialistas, já disseram adeus ao ISON, alguns telescópios espaciais da NASA continuarão vasculhando o céu só em caso do cometa fazer uma milagrosa reaparição.
“A NASA está tentando olhar para ele com o Hubble, e eu já ouvi que o Spitzer e o Chandra podem também tentar observações”, disse Battams. “Isso realmente é algo como uma missão de resgate, mas eu não sei se nós teremos algum sucesso com ela”.
Fonte:
http://www.space.com/23916-comet-ison-dead-sun-flyby.html