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27 de novembro de 2024

Don Quixote – Cometa ou Asteroide?

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observatory_150105Por 30 anos, um grande asteroide próximo da Terra vagou pelo seu caminho solitário e intrépido passando perto dos olhos dos cientistas armados com telescópios guardando algo consigo mesmo. O objeto conhecido como Don Quixote, cuja jornada se estica até a órbita de Júpiter, agora parece ser um cometa.

A descoberta resultante de um projeto em execução é coordenado pelos pesquisadores da Universidade do Norte do Arizona em Flagstaff, no Arizona, usando o Telescópio Espacial Spitzer. Através de muita atenção e com um pouco de sorte também, eles encontraram evidências da atividade de um cometa, que escaparam da detecção por cerca de três décadas.

Os resultados mostram que o Don Quixote não é de fato, um cometa morto, como se acreditava anteriormente, mas ele tem sim uma cauda e uma coma bem apagadas. De fato, esse objeto, o terceiro maior asteroide próximo da Terra conhecido, vaga pelo espaço passando perto da Terra com uma órbita extensa e errática, disse David Trilling da Universidade do Norte do Arizona. Além disso sua órbita é úmida com grandes depósitos de dióxido de carbono e provavelmente gelo de água. O Don Quixote tem aproximadamente 18 quilômetros de comprimento.

“Essa descoberta de emissão de dióxido de carbono do Don Quixote requer a sensibilidade e os comprimentos de onda infravermelhos registrados pelo Spitzer e não seria possível de ser realizada com os telescópios tradicionais na Terra”, disse Michael Mommert, que conduziu a pesquisa no German Aerospace Center, em Berlin, antes de se mudar para a Universidade do Norte do Arizona. Essa descoberta implica que o dióxido de carbono e o gelo de água podem estar presentes em outros asteroides próximos da Terra.

As implicações tem menos a ver com um impacto potencial, que é extremamente improvável nesse caso, e que tem mais a ver com a origem da água na Terra. Impactos com cometas como o Don Quixote no decorrer das eras geológicas pode ser a fonte de no mínimo uma parte dessa água, e a quantidade de água do Don Quixote representa cerca de 100 bilhões de toneladas de água – aproximadamente a mesma quantidade presente no Lago Tahoe na Califórnia.

Mommert apresentou os resultados no European Planetary Science Congress em Londres no dia 10 de Setembro de 2013.

Leia o release completo em: http://news.nau.edu/nau-led-teams-discovers-comet-hiding-in-plain-sight/ .

O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia, gerencia a missão Spitzer para o Science Mission Directorate da NASA, em Washington. As operações científicas são conduzidas no Spitzer Science Center no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. Os dados são arquivados no Infrared Science Archive no Infrared Processing and Analysis Center no Caltech. O Caltech gerencia o JPL para a NASA. Mais informações sobre o Spitzer podem ser encontradas em http://spitzer.caltech.edu e http://www.nasa.gov/spitzer .

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2013-274&rn=news.xml&rst=3900


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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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