A CIA lançou um documento de 355 páginas, que pode ser encontrado no final desse post, que oficialmente reconhece que a Area 51 em Nevada existiu, e a agência vem limpar suas histórias cobertas de balões meteorológicos. O documento cobre os programas U-2 e SR-71 e o projeto OXCART, os programas de reconhecimento aéreo de 1954 a 1974.
Não, nenhuma revelação sobre naves extraterrestres, ou corpos de alienígenas escondidos na base, mas mapas mostrando a localização da Area 51 estão incluídos no documento.
Enquanto que a Area 51 tem sido objeto de fascinação para teóricos da conspiração e para entusiastas paranormais – além de ser intimamente ligada à ufologia e a cultura pop – a nova informação lançada oficialmente admite que a base foi uma instalação para testes ultra secretos de aeronaves na Guerra Fria.
Que os avistamentos de UFOs durante a época dos testes de voos aumentaram, esse foi um efeito inesperado, diz o documento:
Testes de alta altitude do U-2 logo levaram a um efeito inesperado, um tremendo aumento nos relatos de observação de objetos voadores não identificados. Na metade dos anos de 1950, a maior parte da frota de aviões comerciais voava a altitudes entre 10000 e 20000 pés e naves militares como os B-47s e os B57s operavam a altitudes abaixo dos 40000 pés. Consequentemente uma vez que os U-2s começaram a voar a altitudes acima dos 60000 pés, os controladores do tráfego aéreo começaram a receber cada vez mais relatos de avistamentos de UFOs.
O documento também explica o Project Blue Book e outras histórias frequentemente associadas com UFOs. A função do Project blue Book era na verdade descobrir quando os civis estavam relatando UFOs que na verdade eram U-2s e então trabalhar em como fazer com que isso não repetisse.
Por que as pessoas em terra e até mesmo pilotos relatavam UFOs brilhantes? O documento explica que as asas prateadas dos U-2s estavam na altitude correta que quando eram vistas do solo, ou mesmo de outras aeronaves estavam aparentemente escuras, então o U-2 era iluminado e as suas asas prateadas brilhavam ao Sol.
Esses relatos predominavam nas primeiras horas da noite, e vinham de pilotos de aeronaves voando de leste para oeste. Quando o Sol estava abaixo do horizonte de uma aeronave voando a 20000 pés de altura. A nave estava escura. Mas, se o U-2 estivesse nas vizinhanças da aeronave comercial seu horizonte de uma altitude de 60000 pés era consideravelmente mais distante, e estando tão alta no céu, suas asas prateadas refletiam os raios de Sol que apareciam para os pilotos a 40000 pés de altura como sendo objetos incandescentes. Mesmo durante as horas do dia, os corpos prateados dos U-2s, poderiam refletir a luz do Sol e causar brilhos que poderiam ser vistos a altitudes menores e até mesmo do solo. Nesse momento, ninguém acreditava que era possível ter uma nave tripulada voando a 60000 pés, então ninguém esperava ver um objeto nessa altura no céu.
Os investigadores da Força Aérea então tentaram explicar esses sinais buscando um elo com fenômenos naturais. Os investigadores do Blue Book regularmente chamavam o Project Staff da Agência em Washington para checar relatos de UFOs e comparar com os logs dos voos de U-2s. Isso permitia que os investigadores pudessem eliminar a maior parte dos relatos de UFOs, embora eles não pudessem revelar aos leitores e escritores das cartas a verdadeira causa dos supostos UFOs. Os voos dos U-2s e posteriormente das naves OXCART foram responsáveis por mais da metade de todos os relatos de UFOs durante os anos de 1950 e 1960.
No documento, a CIA admite que os balões meteorológicos foram uma história de acobertamento, mas esse era um procedimento operacional padrão para se explicar os avistamentos bem como os detritos de qualquer acidente. Contudo, essa história de acobertamento terminou tendo resultados desastrosos em Maio de 1960, quando a queda de um U-2 na Rússia e a subsequente captura do piloto Gary Powers instaurou um padrão de desconfiança entre os EUA e a antiga União Soviética que culminou na Crise dos Mísseis Cubanos de 1962.
Após a nave e o piloto terem sido perdidos, e com o destino desconhecido de ambos, a CIA pediu para a NASA lançar uma declaração que eles tinham uma nave meteorológica que perdeu seu curso sobre a União Soviética pelo fato do piloto ter passado mal devido a falta de oxigênio. Essa história rapidamente foi provada como sendo boato quando a União Soviética disse que a nave U-2 e o piloto que sobreviveu a queda estavam lá e que havia admitido espionagem.
O documento foi lançado em resposta à Freedom of Information Act submetido em 2005 por Jeffrey T. Richelson, um parceiro sênior no National Security Archives. Originalmente a CIA havia lançado um documento altamente editado com todas as menções à Area 51 bloqueadas. Esse novo documento revela muito sobre o tema exceto o nome dos militares e de outras pessoas envolvidas nessa história.
Richelson aponta que a localização da Area 51 nunca foi particularmente mantida em segredo. Sua localização aparece em imagens do Google Earth e do Google Maps, bem como em livros.
Se você gosta de história militar, história de aeronaves e porque não um pouco de teoria da conspiração é uma leitura obrigatória. Acesse o documento via slideshare e faça download dele. Um fato interessante revelado é que o Presidente Eisenhower queria que os pilotos dessas aeronaves não fossem cidadãos americanos. “Sua crença era que, se o U-2 caísse em território hostil, seria mais fácil para os EUA negar qualquer responsabilidade na atividade se o piloto não fosse um americano”, relata o documento.
Enquanto isso, ficamos com essa bela imagem abaixo que ajuda você a tentar identificar no céu qualquer luz estranha. Boa leitura e deixe aí nos comentários o que acha de toda essa história da Area 51. O que acontecia ali de verdade?
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