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23 de novembro de 2024

Sonda da NASA Observa Meteoros Colidindo Com os Anéis de Saturno

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observatory_150105A sonda Cassini da NASA tem fornecido pela primeira vez a evidência direta de pequenos meteoroides se partindo em correntes e colidindo com os anéis de Saturno.

Essas observações fazem dos anéis de Saturno o único lugar fora da Terra, da Lua e Júpiter onde os cientistas e os astrônomos amadores têm sido capazes de observar como os impactos ocorrem. Estudar a taxa de impacto de meteoroides de fora do sistema de Saturno ajuda os cientistas a entenderem como diferentes sistemas planetários no nosso Sistema Solar se formaram.

O Sistema Solar é cheio de pequenos e velozes objetos. Esses objetos freqüentemente são pequenos corpos planetários. Os meteoroides em Saturno têm tamanhos estimados entre 1 centímetro até alguns metros. Isso fez com que os cientistas distinguissem rastros deixados por nove meteoroides em 2005, 2009 e 2012.

Os detalhes das observações estão num artigo publicado na edição de 25 de Abril de 2013 da revista Science que pode ser encontrado no final desse post.

Os resultados da Cassini já tinham mostrado que os anéis de Saturno funcionam como detectores efetivos de muitos tipos de fenômenos ao redor, incluindo a estrutura interna do planeta e as órbitas de suas luas. Por exemplo, uma sutil, porém extensa sequência de ondas com 19000 quilômetros de comprimento cruzando os anéis mais internos de Saturno contou aos cientistas a história de um grande impacto de meteoroide ocorrido ali em 1983.

“Esses novos resultados implicam que a taxa atual de impactos de pequenas partículas em Saturno é praticamente a mesma que a da Terra, duas vizinhanças muito diferentes do nosso Sistema Solar, o que é muito interessante de se ver”, disse Linda Spilker, cientista de projeto da Cassini no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia. “Isso faz com que os anéis de Saturno agem como um gigante detector de meteoroides, com uma área superficial 100 vezes maior que a Terra, e que a missão de longo prazo da Cassini no Sistema de Saturno pode acessar essa questão”.

O equinócio de Saturno no meio do ano de 2009 foi um período especialmente bom para observar os detritos deixados pelos impactos de meteoroides. O ângulo de incidência da luz do Sol rasante nos anéis fez com que as nuvens de detritos parecessem brilhantes contra os anéis escurecidos em fotos feitas pela Cassini.

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“Nós sabíamos que esses pequenos impactos ocorreram constantemente, mas nós não sabíamos quão grande ou quão freqüentes  eles poderiam ser, e nós não esperávamos necessariamente que eles formassem ondas espetaculares”, disse Matt Tiscareno, autor principal do artigo e participante da Cassini na Universidade de Cornell, em Ithaca, N.Y. “O brilho do Sol atingindo os anéis de lado no equinócio de Saturno age como um aparador, assim essas feições normalmente invisíveis tornaram-se fáceis de serem observadas”.

Tiscareno e seus colegas agora pensam que os meteoroides desse tamanho provavelmente se quebram no primeiro encontro com os anéis, criando pedaços menores e mais lentos que então entram na órbita ao redor de Saturno. O impacto nos anéis desses meteoroides secundários atingem as nuvens. As pequenas partículas formando essas nuvens têm um intervalo de velocidades orbitais ao redor de Saturno. As nuvens que eles se formam rapidamente são puxadas para a diagonal, formando listras brilhantes e extensas.

“Os anéis de Saturno, normalmente são brilhantes e limpos, levando alguns a sugerirem que os anéis são na verdade muito mais jovens do que o próprio planeta Saturno”, disse Jeff Cuzzi, um coautor do artigo e um cientista interdisciplinar especializado nos anéis e na poeira planetária no Ames Research Center da NASA, em Moffett Field, na Califórnia. “Pará acessar isso, nós precisamos saber mais sobre a taxa com que os materiais vindos de fora estão bombardeando os anéis. Essa última análise ajuda a preencher uma parte dessa história com a detecção dos bólidos de um tamanho que nós não tínhamos anteriormente a capacidade de detectá-los diretamente”.

A missão Cassini-Huygens é um projeto cooperativo da NASA, e da Agência Espacial Europeia e a Agência Espacial Italiana. O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia, uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia, gerencia a missão da Cassini-Huygens para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. O JPL desenhou, desenvolveu, e montou o módulo orbital e as duas câmeras a bordo da sonda. A equipe de imageamento consiste de cientistas dos EUA, Inglaterra, França e Alemanha. O centro de operações de imageamento fica baseado no Space Science Institute em Boulder, no Colorado.

Para mais imagens dos impactos de meteoroides com os anéis de Saturno e mais informações sobre a missão Cassini, visitem: http://www.nasa.gov/cassini andhttp://saturn.jpl.nasa.gov .

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2013-147

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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